Familiares de homens mortos no Jacarezinho no IML para a liberação dos corpos neste sábado
Familiares de homens mortos no Jacarezinho no IML para a liberação dos corpos neste sábadoEstefan Radovicz / Agencia O Dia
Por O Dia
Rio - Seis corpos dos mortos na operação policial realizada na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, na última quinta-feira (6), foram enterrados na tarde deste sábado (8). Está previsto para este domingo (9) o enterro de mais 13 pessoas. O funeral do inspetor André Frias, de 48 anos, aconteceu na tarde desta sexta-feira (7), no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste.
A Polícia Civil confirmou, neste sábado, a 28ª morte decorrente da operação policial no Jacarezinho. Apesar da confirmação do óbito, a instituição não detalhou se a vítima estava internada em algum hospital da região ou se o corpo foi encontrado dentro da comunidade.
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A operação do Jacarezinho é considerada a mais sangrenta dos últimos anos. Para a polícia, todos os suspeitos mortos são considerados criminosos. Entre as vítimas fatais está o policial civil André Frias, baleado na cabeça.
Mãe diz que está traumatizada
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Neste sábado (8), a mãe de uma das vítimas disse que está traumatizada com a morte do filho dentro da comunidade. "Peço que respeitem a minha dor, estou traumatizada", desabafou a mulher que não quis se identificar. Com uma camisa com a foto do filho, ela falou que irá pedir justiça pelas mortes. Ela esteve no Instituto Médico Legal para a liberação do corpo. 
'Crimes contra a humanidade'
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Em agosto do ano passado, o STF referendou uma liminar concedida por Fachin e restringiu operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro até o fim da pandemia do coronavírus. A decisão estabelece que as ações nas favelas só podem ocorrer em hipóteses ‘absolutamente excepcionais’, desde que sejam justificadas por escrito pela autoridade competente e comunicadas ao Ministério Público do estado.
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"Os assassinatos no Jacarezinho caracterizam crimes contra a humanidade. Geram o dever internacional e constitucional de apuração da responsabilidade, sobretudo para evitar novas chacinas e comprometem a independência e autoridade do Supremo Tribunal Federal", argumenta a entidade.