Picciani morreu aos 66 anos, em São Paulo, onde fazia o tratamento de um câncer
Picciani morreu aos 66 anos, em São Paulo, onde fazia o tratamento de um câncerFernando Frazão/Agência Brasil
Por O Dia
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) se pronunciou lamentando a morte do ex-deputado Jorge Picciani e decretou luto de três dias. Ele morreu na madrugada desta sexta-feira (14), os 66 anos, vítima de um câncer na bexiga contra o qual lutava há vários anos – ele estava internado num hospital em São Paulo. 
"A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do ex-deputado e ex-presidente da Casa, Jorge Picciani. A Casa foi informada oficialmente do falecimento no início da manhã de hoje pela família de Picciani, que presidiu a Alerj por três mandatos. O presidente da Casa, André Ceciliano, ofereceu as instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório. A Casa irá decretar luto oficial de três dias".
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O ex-deputado foi aliado do ex-governador Sérgio Cabral e chegou a ser investigado pela Lava Jato, por corrupção. Em 2019, foi condenado a 21 anos de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região.
O governador do Rio, Cláudio Castro, lamentou a morte de Picciani."Recebo com pesar a notícia do falecimento do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Jorge Picciani. Expresso, neste momento, minha solidariedade à família e aos amigos", falou Castro.

O prefeito Eduardo Paes também se pronunciou. "Quero aqui manifestar meu pesar, lamentar o falecimento do deputado Picciani, sempre tive com ele uma ótima relação, e especialmente, abraçar a família dele, os filhos dele, a mulher dele".
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Condenações
Picciani foi alvo de duas grandes operações contra a corrupção na Alerj. Em novembro de 2017, a Operação Cadeia Velha prendeu o então presidente da Casa, além dos deputados Paulo Mello e Edson Albertassi.

Segundo as investigações, os deputados usavam da sua influência para aprovar projetos na Alerj para favorecer as empresas de ônibus e também as empreiteiras.

Um ano depois, já em prisão domiciliar, Picciani e outros nove parlamentares foram alvo da Furna da Onça, sobre o recebimento de propinas mensais de até R$ 100 mil e de cargos para votar de acordo com o interesse do governo. O esquema teria movimentado pelo menos R$ 54 milhões, segundo a PF.

Ele e outros ex-parlamentares foram denunciados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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Trajetória política

Em 1990, Picciani conquistou o primeiro de seus seis mandatos como deputado. Ele passou por todos os cargos importantes do Legislativo até se eleger e ser presidente da Alerj de 2003 a 2010 e de 2015 a 2017.
Entre 2011 e 2014, se dedicou à vida empresarial e presidiu o PMDB-RJ. No ano de 2015, depois de ficar quatro anos afastado, voltou a ocupar a presidência da Casa, com 65 dos 70 votos dos deputados.  
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Em sua administração na Alerj, foram instaladas as CPIs do Propinoduto e das Milícias; foram criadas a TV Alerj, a criação do vagão exclusivo para mulheres em trens e no metrô, implantação do ônibus do consumidor, que passou a rodar o estado para atender às queixas da população;

Jorge Picciani era casado com Hortência Oliveira e deixa cinco filhos: os ex-deputados Leonardo e Rafael Picciani, o zootecnista Felipe, e os caçulas Arthur e Vicenzo.