Agentes da Dcod prenderam Sandra Sapatão na Praia do Boqueirão, em Saquarema
Agentes da Dcod prenderam Sandra Sapatão na Praia do Boqueirão, em Saquarema Divulgação/PCERJ
Por O Dia
Rio -- Circula nas redes sociais uma postagem com a afirmação de que o irmão da traficante Sandra Helena Gabriel, a Sandra Sapatão, integra a equipe do gabinete da deputada estadual Dani Monteiro (PSOL). O DIA checou que Antônio Carlos Ferreira Gabriel, o Rumba, é assessor parlamentar da deputada, com salário de R$ 1.806. Já Dani é uma das principais críticas à operação Exceptis, que matou 27 suspeitos de ligação com o tráfico, além de um policial civil, no dia 6 de maio. A polícia afirma que todas as mortes ocorreram em confronto. O Ministério Público investiga a operação. 
Rumba, que também é uma liderança comunitária no Jacarezinho, já teve passagem pela polícia por tráfico, associação ao tráfico e porte ilegal de arma, no início dos anos 2000. Sua irmã foi presa novamente no último dia 21, após perícia nos celulares apreendidos durante a Exceptis.
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Em 2007, Sandra estava na lista dos dez bandidos mais procurados do estado. Ao ser presa, em 2010, ela chegou a ser a única mulher em um presídio federal de segurança máxima. Em 2014, saiu em liberdade provisória e não retornou à prisão, sendo considerada evadida do sistema prisional. 
No mesmo ano, foi capturada por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora do Jacarezinho (UPP), ocasião em que ofereceu R$ 20 mil para não ser presa. Já em 2016, saiu em liberdade, e teria voltado a gerenciar o tráfico pessoalmente, segundo a Polícia Civil.
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Em 2017, ela foi apontada pela polícia por participação de um tiroteio que vitimou o policial militar Michel de Lima Galvão, da UPP Jacarezinho, e deixou outro agente baleado no rosto. Dois anos depois, por conta desses crimes, ela teve a prisão preventiva decretada, ao lado de outros dois traficantes, na 2ª Vara Criminal. Esse mandado foi cumprido, no dia 21, pela Dcod (Delegacia de Combate às Drogas).
Em nota, Dani afirmou que "é odioso e sombrio que alguém seja alvo de ataques por conta do seu parentesco e por atos com os quais não possui nenhuma relação". Rumba não foi localizado.
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Atualização: O Psol divulgou uma nota pública, no início da noite desta terça-feira, dia 25. Nela, ressaltou que Rumba Gabriel "não tem nenhuma relação com o crime organizado, em um processo que já foi devidamente arquivado e transitado em julgado". 
Confira na íntegra a nota da deputada, enviada no dia 24 de maio:
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"Rumba Gabriel faz parte do nosso mandato pela valiosa e aguerrida experiência que ele tem em defesa da dignidade da população das favelas. É odioso e sombrio que alguém seja alvo de ataques por conta do seu parentesco e por atos com os quais não possui nenhuma relação. É uma associação descabida que fere o sério e fundamental trabalho de diversos movimentos sociais que atuam em defesa dos direitos humanos no Jacarezinho e nas favelas do Rio de Janeiro. Eu o defendo, com convicção, como profissional e como pessoa pela dignidade que carrega e nos representa. É assim que pretendo seguir fazendo política, com afeto e acolhimento".