Vídeo de janeiro mostra entregador Douglas na mira de criminosos
Vídeo de janeiro mostra entregador Douglas na mira de criminosos Divulgação
Por JESSYCA DAMASO e THUANY DOSSARES
Rio - As investigações da Polícia Civil apontaram que o grupo preso nesta quinta-feira durante operação formou um tribunal do tráfico responsável por diversas execuções, entre elas a de um entregador de farmácia, morto em janeiro deste ano. Sete pessoas foram presas durante a Operação Villegagnon. A ação teve como objetivo desarticular traficantes da maior organização criminosa do estado, que atuam em Coelho Neto, Zona Norte do Rio.
"Em virtude da invasão do Morro Jorge Turco, os criminosos do local ficaram mais violentos e desconfiados dos moradores, o que influenciou na tortura e morte do entregador", disse o delegado Rodrigo Piedras, titular da 33ª DP (Realengo).
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Douglas de Oliveira Figueiredo, de 20 anos, foi assassinado com vários tiros na barriga e seu corpo foi encontrado boiando dentro do Rio das Pedras, às margens da Avenida Brasil, em Fazenda Botafogo, na Zona Norte. Um vídeo que circulou nas redes sociais na época do crime, mostra um traficante de Coelho Neto perguntando o que o entregador tinha ido fazer na região. A vítima respondeu que "ia dar o bote", em seguida ele levou uma coronhada na cabeça e começou a chorar. Para a polícia, a execução teve motivo torpe, pois ele estaria realizando uma entrega na região, embora residisse em local dominado por uma facção rival.
A investigação aponta que Douglas foi pego por traficantes simplesmente por morar em Acari, onde a facção criminosa é rival da quadrilha que age em Coelho Neto. De acordo com o delegado, a investigação a respeito da morte do entregador e do tribunal do tráfico está a cargo da Delegacia de Homicídios (DH).
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"Na nossa investigação identificamos os traficantes de drogas que atuavam no local e as lideranças. Os mandados de prisão foram por associação para o tráfico de drogas. Estão sendo compartilhadas informações com a DH com o objetivo de auxiliar a investigação do homicídio", explicou Piedras.
Dentre os alvos da operação estão os líderes do tráfico da comunidade Proença Rosa, Luiz Henrique Duarte Almeida, o "Testa", da comunidade do Chaves, e Daniel Washington de Souza, o "Bondinho". O primeiro foi preso pela equipe da 33ª DP durante as investigações, que tiveram início em 2019, e o segundo foi morto em confronto com a Polícia Militar em outubro de 2020.
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"Estas duas lideranças do tráfico de drogas eram responsáveis por vários confrontos nas comunidades de Coelho Neto e Barros Filho", contou Piedras.
Alan de Oliveira Silva, mais conhecido como Dudu, que era responsável pelas bocas de fumo da Guaxindiba, foi preso também em 2020. Os traficantes, segundo as informações obtidas pela delegacia, estão aterrorizando a população do local, atuando com violência e intimidação.