Governador Claudio CastroEstefan Radovicz / Agência O Dia

Por ESTADÃO CONTEÚDO
Rio - Desde que o impeachment encerrou precocemente o mandato de Wilson Witzel (PSC), em abril, o novo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), passou a preparar a sua tentativa de reeleição. Coincidentemente, um dos grandes ativos do ex-interino para 2022 surgiu no mesmo dia em que Witzel foi cassado.
Foi o leilão de concessão da Cedae, a estatal de água do Estado, que rendeu aos cofres fluminenses R$ 22,7 bilhões. A bolada, em tese, dará ao mandatário recursos e chance de deixar uma marca no Estado, tornar-se conhecido do eleitorado e tentar um novo mandato. O dinheiro chega no momento em que Castro começa a mexer as peças para construir o seu projeto eleitoral.
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Na semana passada, o governador foi a Brasília se filiar ao PL – até então, continuava no mesmo PSC de Witzel. Com estrutura partidária consistente, a nova casa do governador controla hoje 22 prefeituras fluminenses, quase um quarto do total de 92 municípios do Rio.
Embalados pelo dinheiro da Cedae, projetos de infraestrutura e eventos ligados a programas sociais devem marcar o próximo ano de Castro, ansioso por popularidade. Até 2018 um vereador discreto, tido como bom de bastidores, o cantor católico teve a vida transformada radicalmente após a vitória eleitoral ao lado de Witzel. A mudança tornou-se ainda mais profunda menos de dois anos depois. Foi quando aconteceu o afastamento do ex-governador por suspeitas de corrupção na Saúde durante a pandemia.
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Em seu caminho para tentar a sonhada reeleição, Castro terá um desafio. Deverá tentar se equilibrar entre dois perfis: o de político bem articulado com diferentes setores e o de aliado Jair Bolsonaro. Um dos poucos governadores considerados próximos ao presidente, Castro passou a ser chamado de "negacionista" pela oposição nos últimos meses, depois de atitudes consideradas contrárias ao combate à covid. Em março, promoveu uma festa de aniversário na Região Serrana que gerou aglomeração e críticas.
Castro e aliados buscam criar roupagem de centro-direita para uma composição eleitoral. Além do PL, entrariam na aliança partidos como DEM, Republicanos, Solidariedade, PP e PSL.
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O DEM, aliás, era um dos destinos cotados pelo governador antes de escolher a nova casa. A legenda passa por reformulação após o racha entre seu presidente, ACM Neto, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.