Entregadores de delivery fazem ato em apoio a PL que amplia direitos aos profissionaisArquivo Pessoal

Por O Dia
Rio - Dezenas de entregadores de delivery e motoristas de carro de aplicativo participaram de ato na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores, nesta segunda-feira. A manifestação marca a conclusão de audiência pública para discussão do Projeto de Lei 103/2021, do vereador Tarcísio Motta, que pede a criação de cerca de 15 bases na cidade com espaços como locais de descanso, internet, banheiros e refeitórios para os profissionais que atuam pelos aplicativos.
Marcado para às 15h, em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, o ato contou com a presença de cerca de 100 trabalhadores e integrantes de movimentos sociais em defesa dos profissionais. Na ação, foram distribuídas 350 quentinhas para os trabalhadores que não conseguiram almoçar. Um trio elétrico também foi utilizado para chamar a atenção das pessoas que passavam pela praça.
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De acordo com movimentos que participaram do ato, a recepção do projeto na Câmara foi positiva e o PL deve passar por ajustes para nova discussão. "Foi muito bom, foram quase vinte falas aqui. Diversos trabalhadores, associações desses trabalhadores por aplicativo para pedir esses pontos de apoio. Eles tem que dar o mínimo, do mínimo (...). Não dá para naturalizar essas empresas trilionárias e o povo só quer o mínimo, do mínimo, do mínimo", disse William Siri (PSOL), presidente da comissão de Trabalho e Emprego.
"Nossa grande questão aqui é fazer entender que essas empresas não são meros aplicativos intermediários de pessoas que livremente resolvem vender na hora que querem e desejam vender seu trabalho. Na verdade, são empresas que acabam lucrando sobre a exploração do trabalho de determinados trabalhadores, que se veem obrigados a manter essas jornadas amplas", disse o vereador Tarcísio Motta (PSOL), durante a sua fala na audiência.
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Integrantes de associações dos profissionais também participaram da audiência. Renan Resende, da Associação Profissionais por Aplicativo, foi um deles. Segundo ele, o projeto seria um avanço já que atualmente nem as empresas nem a sociedade enxergam a categoria com dignidade.
"Estamos sentados no chão, debaixo da marquise, sem uniforme, de chinelo e somos vistos como marginais. Nós não somos autônomos. Temos quem cobre por nosso serviço e a quem chamar de patrão", denunciou.
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"É triste e vergonhoso estar aqui pedindo aos aplicativos um ponto de apoio, um banheiro, um acesso à rede. Temos horário para entrar e sair e mesmo para descansar. É preciso compreender que sem entregador os aplicativos não funcionam", protestou o entregador Ralf Alexandre Campos.