Polícia Civil coleta DNA de familiares de pessoas desaparecidas
Mutirão aumenta a chance de encontrar aqueles que ainda estão sendo procurados
Familiares de pessoas desaparecidas em mutirão da Polícia Civil - Foto: Arquivo pessoal / Jovita Belford
Familiares de pessoas desaparecidas em mutirão da Polícia CivilFoto: Arquivo pessoal / Jovita Belford
Por O Dia
Rio - Familiares de desaparecidos agora podem ter mais esperança de encontrar seus filhos, irmãos e pais. A partir desta segunda-feira, 14, até a sexta-feira, 18, a Polícia Civil do Rio faz um mutirão de coleta de DNA de membros das famílias de pessoas que ainda estão sendo procuradas. Feito pelo Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense (IPPGF), os dados coletados servirão para alimentar a base de perfis genéticos do Rio e, assim, aumentar a chance de identificar as pessoas que foram registradas como desaparecidas no estado.
Superintendente de Enfrentamento de Pessoas Desaparecidas, Jovita Belfort foi uma das mães a fazer a coleta no primeiro dia do mutirão. "Foi muito emocionante. Todas as mães estavam emocionadas, felizes também porque abriu uma porta de esperança, principalmente para os casos mais antigos. O mais importante é que esse cadastro é nacional. O desaparecido anda, não quer dizer que ele fica em um lugar só. Aqui no Rio, tem muitos desaparecidos de outros estados. Com o cadastro nacional, a chance é maior de encontrá-los", afirmou a mãe do lutador Vitor Belfort e de Priscila Belfort, desaparecida há 17 anos.
O material genético coletado será comparado com o de pessoas que estão sem identificação, como em situação de rua, em abrigos no estado ou em hospitais, além dos que morreram como indigentes. O procedimento é indolor: através de um cotonete, o técnico recolhe a saliva da boca do familiar.
A expansão do banco de dados pode ser um capítulo decisivo na vida de Luciene Torres, 59 anos. Presidente do Instituto Mães Virtuosas do Brasil, Luciene passou a procurar incessantemente por sua filha, Luciane Torres da Silva, há quase 12 anos. Na época com nove anos, a menina desapareceu após sair de casa para comprar pão na padaria.
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"Como ela tinha muitas amigas aqui na rua, achei que ela deveria estar distraída com as amigas, ou perdeu o dinheiro e ficou com medo de voltar. Criança, sabe? Foi quando minha filha foi atrás dela, só que ela não a encontrou. Ela não chegou lá na padaria e foi quando comecei a ligar para minha irmã, para a avó. Em 10 ou 15 minutos nós percebemos que estava acontecendo algo muito fora do normal", lembrou.
Desde então, Luciene passou a se dedicar a descobrir o paradeiro da filha, que hoje pode ter 21 anos. "Tenho muita esperança de encontrá-la, não perco essa esperança. Como sempre digo, até meu ultimo minuto respirando nessa terra, eu vou procurar minha filha", assegurou.
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Pontos de coleta:
Rio de Janeiro:
- Cidade da Polícia Av. Dom Helder Câmara, 2066 - Benfica
- PRPTC Campo Grande Estrada do Mendanha, 1672 (fundos) - Campo Grande
Angra dos Reis:
- PRPTC Angra dos Reis Rodovia Governador Mário Covas, Km 504 - Bracuí
Araruama:
- PRPTC Araruama Rua Bernardo Vasconcelos, 755 - Centro
Campos dos Goytacazes:
- PRPTC Campos dos Goytacazes Avenida XV de Novembro, 799 - Caju
Duque de Caxias:
- PRPTC Duque de Caxias Rua Ailton da Costa, s/n - Vinte e Cinco de Agosto
Itaperuna:
- PRPTC Itaperuna Rodovia BR 356, s/n - Cidade Nova
Macaé:
- PRPTC Macaé Avenida Aluísio da Silva Gomes, 100 - Novo Cavaleiros
Niterói:
- PRPTC Niterói Travessa Comandante Garcia Dávila, 51 - Santana Friburgo -PRPTC Nova Friburgo Avenida Presidente Costa e Silva, 834 - Centro
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