Vereador foi eleito em 2004, com pouco mais de 23 mil votos, com 26 anos e ainda não assinava como "doutor"Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Jairinho é indiciado por lesão corporal contra uma de suas ex-namoradas
Justiça conclui que o vereador agrediu Debora Mello Saraiva em pelo menos quatro ocasiões
Rio - A Polícia Civil indiciou o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), por crime de lesão corporal no âmbito da violência doméstica da Lei Maria da Penha praticado contra Debora Mello Saraiva, uma de suas ex-namoradas. Segundo investigações da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), o parlamentar teria agredido a mulher em quatro ocasiões. Jairinho já havia sido indiciado no dia 1º por quebrar o fêmur do filho da vítima, que tinha 3 anos à época da tortura.
Segundo depoimentos prestados por Debora, em uma das brigas do casal, entre 2018 e 2019, ela chegou a ter um dedo do pé direito fraturado após chutes do parlamentar então namorado. A informação foi confirmada pelo delegado titular da DCAV, Adriano França.
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"O fato chegou ao conhecimento da Autoridade Policial através de depoimentos extraídos de IPs que apuraram os crimes de tortura praticados por "Dr. Jairinho" , atualmente preso em razão da morte covarde do menino Henry Borel. Mesmo sofrendo agressões desde o início do relacionamento, mas sem nunca ter procurado a polícia, a vítima relatou em depoimentos as agressões sofridas por ela na época em que teve um relacionamento abusivo, já que a própria vítima alegou em sede policial os diversos tipos de agressões físicas e também psicológicas", explica o chefe da DCAV.
"Através de diligências conseguiu-se comprovar através de prontuário médico, com posterior elaboração do Laudo Indireto pelos peritos do IMLAP (sede), uma lesão onde o investigado quebrou um dedo do pé da vítima após uma discussão por ciúmes", explica o delegado.
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A agressão mencionada aconteceu entre 2018 e 2019, quando após uma discussão, o vereador teria dado um chute no pé da vítima, que acabou por provocar a fratura de um de seus dedos. Debora chegou a precisar imobilizar o pé por causa da agressão.
Antes disso, em 2016, ocorreu a primeira atitude violenta do parlamentar relatada por Debora. A estudante explica que mexia no celular do parlamentar escondido, por suspeitar que ele ainda mantivesse conversas com a ex-esposa Ana Carolina. Ao presenciar a estudante usando seu celular, o vereador teria se "transformado" e segurado a jovem pelo braço com força e, em seguida, ameaçado ela de que "sumiria" com seu corpo e tentado enforcá-la.
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As agressões só foram reveladas por Débora no segundo depoimento, no dia 16 de abril. A fala foi uma retratação a declaração prestada no dia 22 de março, quando a estudante não menciona um relacionamento conturbado com Jairinho, mas oculta as agressões físicas.
De acordo com a Polícia Civil, o médico e vereador foi indiciado por lesão corporal no âmbito da Lei Maria da Penha, "sendo os crimes contra a honra fulminados pelo fenômeno da decadência (quando a vítima deixa transcorrer o prazo para propor a ação penal de iniciativa privada)".
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