JacarezinhoReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Por O Dia
 Rio - Quatro dos 27 mortos pela polícia em operação na comunidade do Jacarezinho, no dia 6 de maio, foram baleados pelas costas, sendo um deles atingido à curta distância. Os 27 mortos na operação considerada a mais letal da história do Rio foram atingidos por 73 disparos. As informações foram reveladas pelo Globo, com base nos laudos dos exames de necrópsia. A polícia afirma que todos foram mortos em confronto e que tinham envolvimento com o crime. Já parentes e moradores relatam que houve execuções. Na ação, também foi morto o policial civil André Leonardo de Mello Frias, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
O homem atingido por disparo a curta distância foi John Jefferson Mendes Rufino da Silva, de 30 anos, segundo destaca a reportagem. No laudo de necropsia, a reportagem afirma que há a informação de que as características do ferimento indicam que o tiro foi efetuado a uma distância entre 60cm e 70cm, que provocou o que a perícia chama de 'zona de tatuagem': marcas causadas por vestígios de pólvora provenientes do cano da arma.
Publicidade
A reportagem afirma que os outros mortos atingidos pelas costas são: Isaac Pinheiro de Oliveira, Rodrigo Paula de Barros, Cleyton da Silva Freitas de Lima e Jonathan Araújo da Silva, que, segundo destaca o Globo com base nos laudos dos exames, não foram atingidos em outras partes do corpo.
Os exames apontam que, no caso de Cleyton e de Jonathan, os ferimentos indicam que os disparos foram feitos possivelmente por atiradores que estavam posicionados em um plano abaixo dos atingidos: o ferimento em Jonathan entrou pelas costas e saiu pela testa; já a ferida verificada em Cleyton denota, segundo o laudo, que o disparo entrou pelas nádegas e teve saída na altura da axila.
Publicidade
A reportagem ainda destaca que os laudos afirmam que, além dos ferimentos causados por tiros, três corpos apresentam marcas características de que eles foram arrastados.
O DIA pediu posicionamento à Polícia Civil, que afirmou que 'os laudos são compatíveis com o que ocorre em casos de conflito armado em ambientes confinados', acrescentando que 'só é possível uma análise técnica após o confronto de todas as provas produzidas, assim evitando conclusões precipitadas'.