Movimentação de chegada de agentes à sede da PF, durante a "Operação Fumus".Estefan Radovicz

Por Anderson Justino
Rio - Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ) apontam que o bando liderado pelos irmãos Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Cláudio Nunes Coutinho, primos de Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, presidente de honra da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, pode ter arrecadado mais de R$ 45 milhões com o monopólio da venda de cigarros em dois anos e meio. Apenas entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, o grupo recolheu mais de R$ 9 milhões. A 'Operação Fumus'  desbaratou a quadrilha que envolvia pessoas ligadas ao jogo do bicho e policiais militares.
Quatro pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (24). Entre elas, os PMs Flávio Lúcio de Oliveira Lemos e Adriano Teixeira. Adilsinho e o irmão não foram encontrados e são considerados foragidos.
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Cerca de 300 agentes da Polícia Federal, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e policiais das corregedorias das polícias Civil e Militar estiveram nas ruas para cumprir 34 mandados de prisão e outros 75 de busca e apreensão. Segundo o Ministério Público, houve 40 denúncias. Entre os denunciados estão o irmão de Helinho, João ribeiro de Oliveira, e outros quatro PMs.
A Polícia Militar informou que atuou em conjunto na operação. "A Corregedoria da Polícia Militar já tem procedimentos apuratórios internos em aberto para averiguar os policiais militares envolvidos no caso. A corporação seguirá colaborando com as investigações. Ressaltamos que o Comando da Corporação não compactua com possíveis desvios de conduta ou excessos cometidos por seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".
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A denúncia aponta que o bando "tinha privilégios" na compra de cigarros da marca  C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, com sede em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As investigações também revelaram que a empresa mantém estrita relação com integrantes da quadrilha e emite notas fiscais com informações falsas sobre a venda de cigarros para as empresas do bando. 
Após a compra dos cigarros, donos de pequenos comércios eram "obrigados" a comercializar os produtos por eles fornecidos.