Festa no Copacabana Palace em plena pandemiaReprodução de internet

Por O Dia
Rio - Em pouco mais de um mês, o nome de Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, figurou duas vezes no noticiário carioca. Nesta quinta-feira (24), por ser um dos alvos da Operação Fumus, desencadeada pelo Ministério Público para desarticular um grupo que lucrava irregularmente com o monopólio da venda de cigarros - ele é considerado foragido. No mês passado, por ter bancado uma festança para centenas de convidados em plena pandemia, no Copacabana Palace, com direito a presença de cantores como Ludmilla e Gustavo Lima. Os artistas terão 20 dias para detalhar ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) os contratos firmados à época. 
O aniversário para 500 convidados aconteceu em maio, durante a pandemia, e gerou multa de pouco mais de R$ 15 mil ao Copacabana Palace, autuado pela Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Vigilância Sanitária. O evento contou com a presença de artistas. Segundo o 'RJ1', Gusttavo Lima, Mumuzinho, Ludmilla, Alexandre Pires e Dudu Nobre terão 20 dias para explicar a participação na festa e detalhar os contratos, além de informar com quem negociou.
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Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ) apontam que o bando liderado pelos irmãos Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Cláudio Nunes Coutinho pode ter arrecadado mais de R$ 45 milhões com o monopólio da venda de cigarros em dois anos e meio. Eles não foram encontrados e são considerados foragidos. Ao todo, são 40 pessoas denunciadas, 34 mandados de prisão preventiva e 75 mandados de busca e apreensão expedidos.
Cigarro, samba e futebol
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Adilsinho é primo de Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, presidente de honra da Grande Rio, escola de Duque de Caxias conhecida há décadas por ser a mais querida entre as celebridades. Adilsinho também atua no ramo do futebol: ele é fundador e presidente do Barra da Tijuca Atlético Clube, que disputa a Série B2 do Campeonato Carioca - equivalente à Quarta Divisão. Durante alguns anos, Adilsinho chegou a acumular a função de presidente e centroavante, quase sempre titular, da equipe que fundou. 
Dono de uma distribuidora de cigarros e charutos, Adilsinho é apontado como líder de um grupo autointitulado 'Banca da Grande Rio', que monopolizou a venda de cigarros em diferentes pontos da Região Metropolitana. Investigações apontam que entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020 o bando obteve um lucro de mais de R$ 9 milhões, rendendo cerca de R$ 1,5 milhão por mês. O bando age obrigando pequenos comerciantes a venderem cigarros de marca C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, com sede em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.  
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As investigações tiveram início em 2019 e, além da organização criminosa, apuram o cometimento de diversos outros crimes, entre eles: extorsão, roubo, corrupção, lavagem de dinheiro, duplicada simulada e delitos tributários. Os lucros oriundos da comercialização ilegal dos cigarros eram obtidos por meio de roubo e extorsão de comerciantes; e os demais crimes praticados para sustentar e manter a atividade delituosa da organização.