Miliciano TanderaReprodução
Ecko extorquia moradores e comerciantes, monopolizava atividades comerciais e serviços, e emprestava dinheiro com cobrança de juros abusivos, em diversos bairros da Zona Oeste do Rio e de municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde. A prática rendia mensalmente ao miliciano um lucro milionário.
As primeiras tentativas de invasão aconteceram horas depois da morte de Ecko, em Campo Grande e Paciência. Para tentar explorar essas regiões, Tandera tem financiado os ataques com armamentos e soldados, e estaria contado com a ajuda de Ygor Rodrigues Santos da Cruz, conhecido como Ygor Farofa, que compõe o grupo Escritório do Crime, segundo informações policiais.
Farofa foi apontado como um dos quatro suspeitos de assassinar o contraventor Fernando Ignnácio, em 2020. Ele teria entrado na guerra entre os grupos de milicianos, por conta da proximidade do novo chefe da quadrilha de matadores de aluguel, o Pulgão, com Tandera.
Mas se de um lado Tandera tenta expandir seus territórios, do outro Zinho tenta defender o reduto da família. Ele seria a terceira geração dos Braga que controla a milícia. Logo após a morte de Ecko, ele foi apontado pela Polícia Civil como um dos quatro sucessores do paramilitar.
Na época, a delegacia era comandada pelo delegado Rodrigo Santoro, que tinha como homem de confiança o inspetor Delmo Nunes. Ambos foram presos depois, acusados de corrupção.
Na prisão de Zinho, os dois estavam de férias. Mas Delmo, ao tomar conhecimento da detenção do miliciano, teria ido pessoalmente pedir desculpas a Carlinhos Três Pontes, então chefe da milícia.
A soltura de Zinho teria ocorrido por ordem do delegado Thiago Martins, que teria exigido R$ 20 mil de propina. Martins teria separado R$ 4 mil em um armário para entregar a Santoro e Delmo.
O depoimento de Zinho chegou a ser incluído no sistema da Polícia Civil, mas deletado. Ele foi recuperado na investigação.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.