Cátia da Silva Rosa, 52, foi morta a facadas pelo companheiro Luciano dos Santos Rodrigues, 39 anos, em Campo GrandeArquivo pessoal

Por Yuri Eiras
Rio - "Não como direito, não durmo direito, não tenho paz". As palavras vêm Mônica Rosa, que desde o último dia 11 não pensa em outra palavra que não seja justiça. Ela é prima Cátia da Silva Rosa, de 52 anos, vítima de um brutal feminicídio na comunidade da Carobinha, em Campo Grande. Cátia foi morta a facadas pelo companheiro Luciano dos Santos Rodrigues, foragido desde então. Sem informações sobre o paradeiro, ou sobre a condução das investigações, a família sofre.
"Estamos às escuras. A gente quer uma luz", afirmou Mônica. É um sentimento de impotência, porque o que a família quer é a justiça. É cobrar das autoridades policiais o que está sendo feito em busca desse assassino. O que ele causou à nossa família, à minha prima, foi de uma brutalidade tamanha. Isso não pode ficar no esquecimento. Hoje mesmo eu vi a mãe dos três meninos de Belford Roxo, até agora nada. Nada de pista. Então, eu queria também poder fazer isso com o caso da minha prima. Cobrar".
Publicidade
Luciano já havia agredido Cátia em outras oportunidades, e este foi o motivo da separação por parte dela. Mas segundo familiares, ele sempre a perseguia, pedindo para reconciliar e afirmando que havia mudado de postura. "Os filhos dela não tinham um bom relacionamento com o cara. A filha dela, inclusive, já tinha entrado numa briga para separar. As pessoas que tinha mais envolvimento com ele diziam que ele não era um cara de olhar nos olhos. Ficava meio afastado, cismado, não encarava".
Cátia da Silva Rosa e Luciano dos Santos Rodrigues estavam juntos há três anos - Arquivo pessoal
Cátia da Silva Rosa e Luciano dos Santos Rodrigues estavam juntos há três anosArquivo pessoal
Publicidade
Um mandado de prisão por homicídio foi expedido contra Luciano desde o dia 12. O Portal dos Procurados também divulgou cartaz em busca de informações
Portal dos Procurados divulgou cartaz de suspeito de feminicídio em Campo Grande - Divulgação
Publicidade
Filha ouviu apelo da mãe: 'Luciano, não faça isso'
A filha da vítima, Monique Rosa Jesuíno, foi a primeira a encontrar o corpo da mãe cheio de sangue no chão do quarto do casal. A última vez que Monique ouviu a voz da mãe foi momentos antes do crime, por volta das 23h, onde ela gritava no telefone, em uma ligação para a filha, dizendo: "Luciano, não faça isso comigo pelo amor de Deus".
Publicidade
Monique recebeu o primeiro telefonema da mãe por volta de 21h37. Na ligação, Cátia, que tem um bar em frente de casa, parecia bastante nervosa e contava de uma briga com o companheiro. Depois de acalmar a mãe pelo telefone, Monique, que mora no mesmo bairro, desligou o telefone. Pouco menos de duas horas depois, a filha recebeu o segundo telefonema, dessa vez a mãe implorava no telefone para que o homem não a ferisse. Desesperada, Monique correu para casa da mãe e, ao chegar na residência, se deparou com a comerciante esfaqueada no chão, já sem vida
Cátia e Luciano estavam juntos há três anos. O fato do companheiro beber muito e ser agressivo preocupava a comerciante. No entanto, de acordo com Monique, a mãe sentia pena do companheiro. "Minha mãe sempre fez o bem ao próximo, o bairro todo está de luto. Ela sentia pena dele, por isso não largava ele", conta a filha que também pediu por justiça. "Quero ver ele atrás das grades pagando pelo o que fez com a minha mãe".