Delegado Maurício Demétrio Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Juíza da custódia mantém prisão de delegado e policiais civis
Maurício Demétrio e policiais foram presos na última quarta-feira (30), denunciados pelo Ministério Público por cobrança de propina a comerciantes de produtos piratas em Petrópolis
Rio - A juíza Monique Correa Brandão dos Santos Moreira manteve a prisão preventiva do delegado Maurício Demétrio e de mais quatro policiais civis, durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (1). Ex-titular da Delegacia do Consumidor (Decon) e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Propriedade Imaterial (DRCPIM), Demétrio foi preso na quarta-feira (30), acusado em denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) de ser o líder de um esquema de propina a comerciantes em Petrópolis, justamente na época em que liderava a delegacia de combate à pirataria. Ele nega.
As defesas de Demétrio e dos quatro policiais pediram a substituição por prisão domiciliar, o que foi indeferido pela juíza, que defendeu que não cabe ao juízo da Central de Audiência de Custódia "avaliar o pedido defensivo de liberdade ou substituição da prisão por outra medida", mas sim "avaliar tão somente a validade do mandado de prisão, além de determinar a apuração de eventual abuso estatal no ato prisional".
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Segundo o MP, além de ter cobrado propina de comerciantes de produtos falsos, Demétrio é apontado também como o mentor de uma operação falsa, realizada em março, com a intenção de obstruir e enfraquecer investigações que já estavam em andamento contra ele e seu grupo. Demétrio chegou a envolver e prender em flagrante o delegado Marcelo Machado, quem justamente o investigava. Maurício apontou o delegado Marcelo Machado como "operador de um grupo criminoso composto por outros quatro delegados", que supostamente confeccionavam roupas falsas.
O nome de Demétrio já havia sido mencionado em outro atrito interno da polícia. Em 2003, ele pertencia à Delegacia de Meio Ambiente (DPMA) e chegou a ser acusado de extorquir empresas de fabricantes de remédios, como a Bayer. A acusação não foi à frente e terminou em outro processo, em 2008, este contra o ex-governador Anthony Garotinho e o ex-chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins. À época, Lins foi acusado de cobrar pagamentos mensais para nomear delegados em especializadas.
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Na quarta-feira, Garotinho comemorou a prisão de Demétrio em seu blog, com uma publicação chamada 'Lei do Retorno'. "Ele (Demétrio) inventou em depoimento, que eu liderava um grupo de policiais que dava cobertura aos donos de máquinas caça níquel. Acabei sendo condenado mas, graças a Deus, o processo já foi arquivado", escreveu o ex-governador.
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