Adriano da Nóbrega e Julia LotufoReprodução

Por O Dia
Rio - A viúva do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, Júlia Lotufo, promete fazer revelações sobre a milícia em troca de delação premiada. A mulher teria procurado a Polícia Civil para fazer um acordo, e prometeu também falar sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, segundo o site Metrópoles. 
Júlia se encontra em prisão domiciliar e faz a utilização de tornozeleira eletrônica. Ela responde por organização criminosa e lavagem de dinheiro por ter ficado à frente de atividades ilegais de Adriano, após sua morte, em fevereiro de 2020. 
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De acordo com o Extra, Júlia teria procurado a polícia há três semanas para falar sobre crimes que ocorreram há mais ou menos 20 anos e estão sem autoria. Todos eles estariam ligados à contravenção. A viúva de Adriano teme sua morte, já que conviveu com o miliciano por dez anos e carrega muitas informações. 
Júlia presta depoimentos na Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (Ciaf) da Polícia Civil, com a presença do promotor de justiça do caso, na própria sede do MPRJ e todos eles são gravados. Para a delação ser aceita, é preciso que haja a homologação pela Justiça do Rio, o que ainda não aconteceu e não há previsão de quando pode acontecer.
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Casamento com empresário que devia Adriano
Após oito meses da morte do miliciano Adriano da Nóbrega, Júlia Lotufo, viúva do ex-capitão do Bope, casou-se novamente. Como novo companheiro, Júlia escolheu o empresário Eduardo Vinicíus Giraldes Silva que, de acordo com um relatório da Polícia Federal divulgado pelo Jornal O Globo, tinha envolvimento com o criminoso morto.
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Segundo o levantamento da PF, investigadores acreditam que exista algum tipo de negócio ilícito entre o empresário e o ex-dono da milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Giraldes devia dinheiro a Adriano, que mantinha em seu ramo de negócios ilegais um esquema de agiotagem.
Ainda de acordo com o documento, o empresário e o miliciano teriam se aproximado através de um coronel da Polícia Militar da ativa e Giraldes teria feito um empréstimo com Adriano em agosto de 2018.
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Como viúva, Júlia teria ficado com a herança proveniente do crime. Já o novo casamento foi divulgado no pedido da defesa de Júlia para que a prisão dela fosse revogada. Os advogados incluíram a declaração da união estável do casal aos autos.
Ainda segundo a reportagem, além de apontar os negócios com Adriano, o relatório de Inteligência da PF informa que Giraldes foi condenado a oito anos e três meses de prisão por associação criminosa, falsificação e uso de documento particular, furto mediante fraude e furto qualificado. Ele também foi alvo na Operação Nômade II, em janeiro de 2014, por integrar uma quadrilha que falsificava cartões de crédito.