Marcado para às 12h, o velório de Allan da Silva Vigna contou com a presença de cerca de 100 pessoas, entre parentes, amigos e colegas de farda do policialLucas Cardoso

Por Lucas Cardoso
Rio - "Se não fosse por ele, eu não estaria aqui. Ele morreu fazendo o que amava", lamentou Miguel durante o enterro do irmão de Allan da Silva Vigna, que morreu durante o Curso de Operações Especiais (Coesp), do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Neste domingo (11), familiares e parentes deram o último adeus ao soldado na cerimônia que aconteceu no cemitério Jardim da Saudade, em Sulucap, na Zona Oeste do Rio. A despedida começou no início da tarde e no momento final do sepultamento, o pai deixou uma mensagem ao filho com a voz embargada: "Você vai ser sempre o meu herói". 
Marcado para às 12h, o velório contou com a presença de cerca de 100 pessoas, entre parentes, amigos e colegas de farda do policial. Abalados, os pais de Allan e a esposa precisaram de atendimento médico durante o velório. Nenhum parente quis se pronunciar sobre a causa da morte do soldado do Bope.
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O Major Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, disse ao O DIA que a informação sobre a temperatura no lago de Ribeirão das Lajes não procede. "Estamos falando do maior volume de água da América Latina. Para chegar em temperaturas tão congelantes, é algo impensável, não há menor possibilidade de eu colocar um aluno ali, até porque a superfície estaria solidificada", disse.
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Ele ainda afirmou que a base de instrução de Ribeirão das Lages é extremamente avançada, possui um hospital de campanha que atende aos policiais e o turno era acompanhado por um médico e vários paramédicos. "No momento em que ele apresentou os sinais ali da travessia, o paramédico atirou a boia nele imediatamente e ele foi retirado", explicou Ivan Blaz.
O DIA também apurou com uma fonte policial, que preferiu não se identificar, que a informação a respeito do lago onde ocorreu o treinamento, de que ele estaria com a temperatura de -15°, não procede. O agente explicou que as atividades aquáticas não foram feitas neste lago, que fica localizado em Itatiaia. Existe um treinamento do Bope na região, mas o policial esclareceu que se trata de uma ação diferente.
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Segundo a nota divulgada pela Polícia Militar, ele teve um mal súbito durante um treinamento de travessia aquática em Ribeirão das Lajes, em Piraí, local diferente de Itatiaia. O curso que o militar prestava é considerado o mais intenso da polícia, tendo 20 semanas de duração e que dá ao militar o título maior do batalhão, que é fazer parte dos "Caveiras".
Antes de entrar para a Polícia Militar, Allan serviu no exército onde integrou a Brigada de Infantaria Paraquedistas. Um grupo de militares que prestou curso com Allan nas Forças Armadas esteve no local. Parte dos militares estava com camisas em homenagem ao soldado.
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Francisca Pereira, de 65 anos, vizinha da dos pais do policial, contou que Allan era um jovem querido por todos. "Do bem e querido por todos", comentou a idosa. 
Foi feito uma salva de tiros e o helicóptero da PM jogou pétalas de rosas homenageando Allan durante o cortejo. A banda da polícia também tocou música durante a cerimônia. Em seguida, o caixão foi coberto pela bandeira do Brasil e do Bope.