Bar na Rua Mauro, em Vigário Geral, onde ocorreu o ataque de um guarda municipal contra frequentadoresMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - A cena de um homem disparando contra amigos em um bar não sairá tão cedo da cabeça dos moradores da Rua Mauro, em Vigário Geral. Um fim de segunda-feira comum, em que muitos assistiam televisão em casa e outros batiam papo na rua, virou uma noite de massacre quando o guarda municipal Fábio Damon Fragoso, 46, começou a atirar em frequentadores do estabelecimento após uma discussão. Três pessoas morreram e outras três estão no hospital - ele está preso e internado. Segundo testemunhas, após atirar em algumas vítimas, o guarda voltou em casa para recarregar a pistola. Depois, retornou ao bar e baleou mais duas. A Polícia Federal informou que ele não tem porte de arma.
"Não vou conseguir esquecer a cena de todos os meus vizinhos chorando na rua, descalços, sem camisa, sem saber o que estava acontecendo", afirma uma jovem que mora ao lado do bar onde aconteceu a tragédia.
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Uma vizinha do bar, que não será identificada, contou ao DIA o momento em que Fábio Damon tenta atirar em um amigo que foi acudi-lo, mas a arma não disparou porque já estava sem balas. O guarda, então, voltou para casa. 
"Depois que ele começou a atirar, dois vizinhos apareceram para tentar acalmar a situação. Ele disparou, pegou no olho e na barriga de um deles. Na hora em que ele ia atirar no outro, a arma travou e não tinha mais bala. Ele foi em casa para recarregar novamente a arma e voltou", conta uma moradora. "Um dos homens retornou ao bar porque achou que tinha acabado a situação, mas infelizmente bateu de frente com ele, e ele deu um tiro. Um outro vizinho viu que a polícia estava passando e foi até a viatura. Foi quando o louco correu atrás dele e deu um tiro na cabeça na frente dos polícias".
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 Maria Lúcia Cabral, esposa de uma das três vítimas fatais, Anderson Pinto Lourenço, 47 anos, contou que a ação de Fábio Damon durou alguns minutos e que nem mesmo amigos conseguiram deter o homem armado. O guarda só parou de atirar quando foi atingido na perna pelos policiais militares.

"Ele não foi imobilizado, ninguém conseguia detê-lo. Os amigos dele tentavam convencer, mas ele dizia: 'saiam daqui se não vou atirar em vocês'. A arma estava na cintura o tempo todo. Não tinha como, ele estava muito transtornado", conta Maria Lúcia.
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Além de Anderson, que era assessor de um vereador na Câmara Municipal, Délcio Fernando Gonçalves e André Silva Ramos morreram. Ainda não há informações sobre os velórios. Outras três pessoas seguem internadas no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, além do próprio atirador, sob custódia - ele tem quadro estável. Antônio Pereira de Souza, 62 anos, também está estável; Lucas Ferreira de Souza Alves, 25 anos, e Wilson Lima Fraga, 58 anos, estão em estado grave.
Guarda municipal não tem porte de arma
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Fábio Damon Fragoso não tem porte de arma, de acordo com informações da Polícia Federal. Segundo a PF, o homem tem apenas posse de arma, não podendo circular com arma de fogo fora de casa. O registro estava válido desde 2017.