Maria Lúcia Cabral, esposa de uma das três vítimas fatais, Anderson Pinto Lourenço, 47 anos, contou que a ação de Fábio Damon durou alguns minutos e que nem mesmo amigos conseguiram deter o homem armado. O guarda só parou de atirar quando foi atingido na perna pelos policiais militares. Antes, chegou a atirar contra uma viatura.
"Ele não foi imobilizado, ninguém conseguia detê-lo. Os amigos dele tentavam convencer, mas ele dizia: 'saiam daqui se não vou atirar em vocês'. A arma estava na cintura o tempo todo. Não tinha como, ele estava muito transtornado", conta Maria Lúcia.
Além de Anderson, que era assessor de um vereador na Câmara Municipal, Délcio Fernando Gonçalves e André Silva Ramos morreram. Outras três pessoas seguem internadas no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, além do próprio atirador, sob custódia - ele tem quadro estável. Antônio Pereira de Souza, 62 anos, também está estável; Lucas Ferreira de Souza Alves, 25 anos, e Wilson Lima Fraga, 58 anos, estão em estado grave.
Bruno Andrade, irmão de André Silva Ramos, outra vítima do guarda municipal, chegou ao local do crime momentos depois da Polícia Civil. A cena era impactante. "Quando eu cheguei aqui, me deparei com o cordão de isolamento nas duas pontas, o corpo do meu irmão no meio-fio com um buraco na cabeça. Outro rapaz, que conhecíamos de longa data, também morto. Uma cena trágica, triste. Todo mundo era amigo de confiança. O meu irmão agora se vai, deixando duas meninas, uma esposa. E agora, como fica? Parece que mandaram ele deitar no chão, com o rosto colocado para o chão, quando ele (Fábio) efetuou o disparo".
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Vizinha via série na televisão quando ouviu os tiros na rua
Todas vítimas se conheciam e conheciam o próprio guarda municipal, que morava em um condomínio próximo ao bar. Uma moradora da região, que preferiu não se identificar, contou ao DIA que estava assistindo uma série na televisão quando ouviu o barulho dos disparos. Ela revelou que Fábio foi para casa após a discussão, e retornou atirando.
"Ele já chegou atirando. Escutei o barulho de dois tiros, depois ouvi uma gritaria e mais de dez tiros". De acordo com a moradora, houve uma pausa nos tiros, mas depois ainda foram ouvidos mais alguns disparos. Nem mesmo a chegada da polícia e a tentativa dos moradores de fazê-lo parar foram suficientes.
"Ao todo, posso dizer que foram mais de trinta. Quando a polícia parou no bar, ele voltou correndo, parou do meu lado, gritou que ia matar todo mundo e começou a atirar contra a polícia", relembrou.
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