Maria Lúcia Cabral de Souza, esposa de Anderson Lourenço. Anderson foi morto pelo guarda municipal em um bar em Vigário GeralReginaldo Pimenta / Agência O DIA

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Yuri Eiras
Rio - Uma das três vítimas do homem que abriu fogo em um bar, na noite de segunda-feira (12), em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, o assessor parlamentar Anderson Pinto Lourenço morreu enquanto tentava ajudar feridos e acalmar a situação. Ele conversava com policiais militares quando foi atingido. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Anderson, de 47 anos, é assessor parlamentar de um vereador e morava no mesmo condomínio do guarda municipal Fábio Damon, em Vigário Geral, próximo ao bar onde ocorreu o crime. Ele havia chegado do trabalho e assistia ao noticiário na televisão quando ouviu os tiros por volta das 21h40. Ele desceu para ajudar um jovem que havia sido baleado e chegou a socorrê-lo. Depois, parou para conversar com policiais militares que foram ao local. Nesse momento, foi atingido por Fábio.
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"Ele desceu, botou uma bermuda. Ficou na entrada de onde a gente mora. Nisso passou um menino baleado. A esposa do menino pediu ajuda. Ele entrou no carro do ferido e ajudou. Quando voltou para conversar com a polícia, o cara atirou nele", contou a esposa de Anderson, Maria Lúcia Cabral de Souza. Ela esteve no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta terça-feira, junto com as famílias das outras vítimas para o reconhecimento dos corpos.
Maria Lúcia afirmou que conhecia o guarda municipal de vista e que soube de um outro episódio de possível surto. "Fábio é morador do condomínio há anos. Dizem que há muito tempo ele teve um surto e foi parar na Avenida Brasil".
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Brincadeira teria irritado Fábio e iniciado a discussão
Testemunhas que estavam no local apontam que Fábio Damon iniciou o ataque depois de uma discussão no bar. Ele não teria gostado de brincadeiras feitas pelos frequentadores. Ainda segundo os moradores, o guarda municipal foi para casa, buscou a pistola, e retornou ao bar para iniciar o ataque.
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O produtor de eventos Paulo César Silva Motta Júnior, de 40 anos, teve a arma apontada pelo assassino e só não foi baleado porque a pistola falhou. "Até então ele era meu amigo de infância. Era, porque depois disso, não sei de mais nada. Eu perguntei a ele o que estava acontecendo e ele apontou a arma e tentou atirar por duas vezes contra mim, mas a arma falhou. Logo depois ele atirou duas vezes em outro amigo. Ele só matou trabalhador. Eu não tenho nada para falar com ele, quem vai falar com ele é Deus".
O produtor explica que saiu do bar e foi em casa jantar. Ao ouvir os disparos, acreditou se tratar de assalto e desceu o prédio.
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"Fiquei preocupado porque minha madrinha mora aqui e pensei que fosse assalto, ouvi uma gritaria e desci para ver o que estava acontecendo. E assim que desci, ele chegou e apontou a arma pra mim, só que a arma falhou por duas vezes e escapei. Depois que ele foi pego, vi uma pessoa morta na cadeira, outra ali e soube que ele havia matado um rapaz que estava com a polícia", explica.