Ocorrências de óbitos por covid-19 caíram 79%, Síndrome Respiratória Aguda Grave caíram 77% e as de Síndrome Gripal, 26%. Dados são do 28° Boletim Epidemiológico do RioReprodução

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Jorge Costa*
Rio - Com 68,1% da população carioca maior de idade vacinada, o município do Rio de Janeiro já conseguiu ter resultados positivos na proteção de vidas contra o perigo provocado pela covid-19. Foi registrada nesta semana, uma queda de 79% no número de óbitos, 77% de redução dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e 26% menos registros de casos leves da doença em comparação com quatro semanas atrás. As informações foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (16) durante a apresentação do 28° Boletim Epidemiológico da cidade.
Nesta semana, foram registradas 31 mortes. Na quarta semana anterior a esta, o registro foi de 151 óbitos. Ou seja, comparando os dados entre os dois períodos para os casos de mortes, a queda é de aproximadamente 79%. O secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, atribuiu o fenômeno ao avanço da vacinação na cidade e explicou que a prefeitura esperava um cenário mais difícil do que o atual.

“Esse número é muito importante porque mostra que as vacinas de fato fazem efeito. Esse resultado não seria esperado para um mês de inverno, onde normalmente há um aumento de incidência da gripe. Ainda temos pessoas internadas por covid-19, então não é o momento de relaxar, mas é uma ótima notícia, mostra que a vacina funciona e contrariou as nossas previsões que era um número muito maior de pessoas internadas neste período que é onde a gripe tem maior sazonalidade”, explicou Soranz.

De acordo com o Painel Rio Covid-19, o município possui 661 pessoas internadas nesta sexta (16). Até quarta-feira (14), o registro foi de 386 casos graves com internações em leitos de UTI e 239 atendimentos em enfermarias. 

Os dados também mostraram um aumento de regiões administrativas da cidade onde o risco de contaminação é moderado e não alto. Esta semana, são 11 áreas. Na última sexta-feira (9) eram apenas cinco.
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Variante Delta preocupa

Horas antes do terceiro caso da variante Delta ser identificada no Rio, Daniel Soranz explicou que a cepa indiana deve ser a predominante em todo o mundo. No Brasil, segundo o secretário, existem duas discussões sendo feitas.

“Temos duas hipóteses, uma discussão se ela vai conseguir se sobrepor a variante P.1 (Manaus). E também a discussão se essa variante de fato é menos letal e causa uma menor quantidade de casos graves. A gente já sabe que ela tem uma capacidade de transmissão muito mais veloz”, afirmou Soranz.

A maioria dos casos identificados pela vigilância genômica no Rio são da variante Gamma (antiga P.1, de Manaus), com 80% dos registros. A preocupação citada por Soranz é que com uma possível aceleração da transmissão da variante Delta (indiana), a capital fluminense possa ter casos de reinfecção.

“O principal risco quando falamos de variante é ela conseguir ultrapassar a barreira da vacina. Então nossa preocupação é ter alguma variante que as vacinas não tenham uma cobertura adequada principalmente para internação e óbito. Felizmente a gente vem acompanhando o que acontece no mundo. Algumas variantes, como a Delta, já circulam em outros países, e sabemos que as vacinas que temos hoje sendo aplicadas no Rio, todas elas cobrem contra todas as variantes que estão circulando no Brasil, então isso dá um nível de proteção e segurança bastante alto ainda para as autoridades”, afirmou Soranz.
Estagiário sob supervisão de Cadu Bruno e Bernardo Costa