Valdir Marques Filho, tesoureiro da cooperativa Transformando, no Caju, foi preso em flagrante por porte ilegal de armasREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA

Rio - Valdir Marques da Silva Filho, tesoureiro da cooperativa de reciclagem Transformando, foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (21) por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi encontrado em casa, na Ilha do Governador, por agentes da 17ª DP (São Cristóvão) e da Core, que cumprem mandados de busca e apreensão. Ele e a esposa, Francisca Érica Abreu Carlos, são suspeitos de usarem a cooperativa para lavar o dinheiro vindo do tráfico de drogas do Caju, na Zona Portuária do Rio. 
Francisca Érica, presidente da cooperativa, foi conduzida para a 17ª DP (São Cristóvão) para prestar esclarecimentos. Segundo investigações da Polícia Civil, o braço financeiro do tráfico de drogas do Caju movimentou R$ 50 milhões entre 2018 e 2021. Só a conta da cooperativa Transformando movimentou, nos últimos dois anos, R$ 18 milhões. 
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A Polícia Civil também observou que a presidente da cooperativa, Francisca Érica, declarou renda mensal de R$ 3 mil, mas movimentou cerca de R$ 25 milhões nos últimos dois anos. Seu marido, Valdir Marques, movimentou outros R$ 4 milhões, apesar de ter recebido auxílio emergencial do governo federal. Paulo Sérgio da Silva, o Baixinho, motoboy da região do Caju, seria o responsável por transportar os valores: em um ano, ele realizou 22 saques na conta da cooperativa, e movimentou R$ 3 milhões nas contas pessoais.
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A Polícia Civil identificou que parte dos valores eram repassados para familiares de traficantes do Complexo do Caju e de de favelas do Complexo da Maré. Um dos traficantes é Luis Alberto Santos de Mouro, o Bob do Caju. Apesar de preso desde 2017, ele ainda controla a movimentação financeira do tráfico local e "tem grande influência", segundo a polícia, "em empresas terceirizadas da Comlurb que atuam no lixão do Caju para decidir quem contratar e quem demitir".
Familiares de Edmilson Ferreira dos Santos, o Samuca, da Vila do Pinheiro, na Maré, e de Cicero Fernandes Bezerra da Silva, o Lobo, também receberam repasses.
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Colaborou Reginaldo Pimenta