Demetrio foi preso por chefiar organização criminosa na especializada que comandavaReginaldo Pimenta/Agência O Dia
As investigações apontaram que a organização criminosa chefiada por Maurício Demétrio na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) utilizou a estrutura da Polícia Civil para cometer crimes, incluindo a omissão dos agentes públicos (além de Maurício, os três policiais civis e um perito criminal) no combate ao crime, em troca do recebimento de propina.
A partir das atividades criminosas, o grupo, em especial Maurício Demétrio, apresentava um padrão de vida incompatível com seus rendimentos declarados, incluindo no caso do delegado de polícia a propriedade de três veículos de luxo blindados, a locação de mansões na Costa Verde mediante pagamentos em dinheiro, a compra de dezenas de relógios e a guarda de grandes quantias em espécie em seu apartamento, localizado em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, tendo sido apreendida na busca e apreensão realizada na fase I da Operação Carta de Corso a quantia aproximada de R$ 250 mil, encontrada em uma mala de Maurício Demétrio.
Além de Maurício Demétrio, também são citados na ação civil pública os policiais civis Celso de Freitas Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira e Luiz Augusto Nascimento Aloise, o perito criminal José Alexandre Duarte, Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana Cristine de Amaral Fonseca, Rodrigo Ramalho Diniz, Ricardo Alves Junqueira Penteado, Alberto Pinto Coelho e Verlaine da Costa Pereira Alves.
Os policiais e o perito executavam ações em represália aos lojistas que se recusavam a pagar os valores exigidos, enquanto os comerciantes Alex Sandro, Ana Cristine e Rodrigo eram responsáveis pela operação do esquema ilegal, recolhendo os valores cobrados pela organização e ameaçando os lojistas para que efetuassem os pagamentos.
Os réus Ricardo, Alberto e Verlaine, apesar de não integrarem formalmente a organização, auxiliavam passivamente a ação, ajudando o grupo criminoso em atividades essenciais. De acordo com a ação, o advogado Ricardo teve papel relevante no planejamento e execução das duas fases da Operação "Raposa no Galinheiro". Já Alberto e Verlaine atuaram de forma incisiva na lavagem de dinheiro da organização criminosa, permitindo a ocultação de patrimônio fruto de crimes.
A ação do MPRJ acusa os réus por de atos de improbidade administrativa relacionados aos crimes narrados na denúncia da primeira fase da Operação Carta de Corso (organização criminosa, concussões, falsa perícia, inserção de dados falsos em sistemas públicos, obstruções às investigações e lavagens de dinheiro), e também ao enriquecimento desproporcional dos agentes públicos requeridos.
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