Operação da Draco mira PM reformado acusado de liderar milícia que atua na Baixada e Zona Oeste do RioMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - O delegado Willian Pena Júnior, diretor da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) disse nesta segunda-feira (16) que policiais militares do 20º BPM (Mesquita), investigados por associação à praticas similares aos atos praticados pela milícia, tentaram coagir uma testemunha ao invadir o imóvel dela durante a noite, usando fardas da PM. Ao todo, cinco PMs da ativa foram alvos de busca e apreensão e um policial militar reformado teve a prisão temporária decretada por cinco dias. 
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As investigações da Draco aponta que o cabo reformado Júlio Cesar dos Santos Marques lidera uma milícia que atua na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio suspeita de se apossar de terrenos para revenda em uma imobiliária criada por ele. Júlio foi preso nesta segunda na Baixada Fluminense
Pena explica que ele se prevaleceu do acesso ao batalhão da PM em Mesquita para pedir ajuda para colegas de fardas que trabalharam com ele.  
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"Por ser policial tenha acesso fácil ao batalhão local. Soubemos que policiais militares fardados invadiram a casa de uma testemunha. Quando souberem que ele esteve na Draco, a vítima foi agredida", relatou o delegado afirmando que a polícia incluiu no inquérito imagens com os policiais invadindo a residência. 
Segundo a polícia, o PM reformado fazia uso da força armada para tomar para si os terrenos invadidos. Além disso, Júlio Cesar dos Santos Marques coagia moradores, comerciantes e mototaxistas com cobrança de taxa de segurança. "Invadiram vários terrenos e ameaça mostrando armas de fogo', explica o delegado da Draco. 
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O delegado diz que a polícia ainda não conseguiu identificar a extensão da milícia controlado pelo PM reformado, mas garante que as investigações ainda estão em andamento e que outros agentes ainda podem ser presos. 
Na operação desta segunda-feira, a Draco apreendeu armas de fogo, celulares e documentos para incluir no inquérito policial. Na casa de um dos policiais investigado os agentes apreenderam uma quantia de dinheiro que, segundo o delegado da Draco, seria incompatível com os ganhos de salario do agente de segurança. 
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Procurada, a PM informou que "a Secretaria de Estado de Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Polícia Civil atuaram em conjunto nesta segunda-feira (16) para cumprir um mandado de prisão e quatro mandados de busca e apreensão em desfavor de policiais militares. Equipes da Corregedoria da Polícia Militar e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumpriram um mandado de prisão até o momento. Ressaltamos que o comando da corporação não compactua com possíveis desvios de conduta ou excessos cometidos por seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".