Ex-Deputada Flordelis foi presa no Rio de JaneiroFernando Frasão/Agencia Brasil

Rio - A Justiça do Rio determinou, nesta terça-feira, a transferência da ex-deputada Flordelis do Instituto Penal Santo Expedito para a Unidade Prisional Talavera Bruce, também no Complexo de Gericinó. A decisão foi da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, e atende a uma ordem judicial que proíbe o contato entre Flordelis e as quatro demais rés do processo.
Até esta terça, estavam na Santo Expedito: Flordelis, a neta Rayane dos Santos Oliveira e Andreia Santos Maia, mulher do ex-PM Siqueira Costa – acusada de fraudar carta em que filho da ex-deputada confessa morte de pastor. Já Marzi Teixeira, filha de Flordelis, estava no Talavera Bruce e será encaminhada para a Unidade Prisional Santo Expedito.
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O assistente de acusação do processo havia solicitado a transferência da ex-deputada para Unidade Prisional Nilza da Silva Santos, em Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense. Contudo, a Seap enviou ofício afirmando que as rés estavam "acauteladas em diferentes galerias, sem qualquer contato entre si".
"A opção de acautelamento na comarca de Campos dos Goytacazes, por ora, diante dos direitos e garantias dos presos, que devem ser priorizados dentro do possível, mostra-se inadequada, especialmente em razão da distância desta comarca em relação àquela"”, considerou a magistrada, em sua decisão.
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A juíza também reforçou a proibição de qualquer contato entre os réus do processo. Flordelis é acusada da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros em junho de 2019, e responderá por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima –, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Outros dez réus também respondem pelo assassinato.
Crime e processo
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O pastor Anderson do Carmo foi assassinato na garagem da casa em que morava com Flordelis e dezenas de filhos adotivos, em São Gonçalo, no Rio. Ele foi atingido por mais de 30 tiros, na madrugada de 16 de junho. Desde então, a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo e o Ministério Público estadual (MPRJ) passaram a investigar o crime.
Flordelis foi denunciada à Justiça como mandante do crime. Ela responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
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Por ter imunidade parlamentar, Flordelis cumpria medidas cautelares, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica. Outros 10 acusados estão presos. São eles: Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, o "bigode", e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o "neném", Rayane dos Santos Oliveira, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa e Lucas Cezar dos Santos de Souza.
No dia 4 de maio deste ano, a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu levar os acusados a júri popular. Após as defesas de Flordelis e de outros seis acusados terem apresentado recurso à segunda instância, o processo foi distribuído, no dia 3 de agosto, à 2ª Câmara Criminal, sob a relatoria do desembargador Celso Ferreira Filho.
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Segundo o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), semente após a apreciação dos recursos o caso voltará para a 3ª Vara Criminal de Niterói para que seja definida uma data para o júri popular.