Else chegou a compartilhar vídeo com a cabeça raspada pedindo ajudaReprodução de vídeo

Rio - Uma mulher que teria fingido ter doença terminal para conseguir doações em dinheiro para cobrir tratamento médico é investigada pela Polícia Civil. Else Iglesias, de 30 anos, e o marido, Felipe Iglesias Kischner, são suspeitos de fraudar laudos que indicassem câncer de cérebro em estágio avançado. A suposta golpista chegou a raspar a cabeça para reforçar a imagem de fragilidade provocada pela doença.

O caso chegou ao conhecimento da 41ª DP (Tanque) após vítimas do casal terem apresentado denúncias na delegacia. Segundo relatos das vítimas, que agiram de boa fé ao doar valores para Else. As vítimas estimam que a suposta golpista tenha recebido cerca de R$ 50 mil com as rifas e doações.

Mas dúvidas sobre a veracidade da condição dela começaram a surgir quando ela deixou de atualizar a situação do tratamento.

Else é professora aposentada por problemas de saúde da rede municipal, mas a sua condição relatada no golpe não teria nenhuma relação com a patologia terminal. Felipe Iglesias, seria o responsável por receber os valores e passar os detalhes sobre o tratamento da esposa.

Com o valor arrecadado, ela e o marido teriam bancado a hospedagem por cinco meses em um hotel no centro do Rio. A justificativa para a permanência no local passada para as pessoas que doavam era que ela precisava ficar próximo ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Centro.

Em um dos vídeos compartilhados na internet, Else aparece bastante debilitada com a cabeça raspada e pede ajuda financeira para bancar tratamento médico.

"Eu preciso mesmo de doações, de dinheiro, arrecadações, porque eu tenho que fazer os tratamentos, tem os remédios. Preciso fazer os tratamentos, exames que são caros", pede a professora aposentada.

Em janeiro, um grupo responsável pela feira de comércio que acontece na quadra da Império Serrano, em Madureira, teriam se compadecido da situação de Else e cederam um espaço no local sem custo para que ela trabalhasse. Ela procurou o lugar, a princípio, para pedir ajuda financeira para o seu suposto tratamento médico.
A atuação do casal teria gerado revolta das pessoas que ajudaram com doações. Em uma postagem na rede social, uma das vítimas do casal chegou a compartilhar um texto dizendo que procurou a médica citada em um laudo de Else e que a mesma negou que ela tivesse qualquer uma das patologias terminais.
Publicidade
"Não satisfeitos de forjarem um laudo médico falso, tiveram a coragem de enviar um segundo laudo também falso e com este podemos considerar o caso resolvido e arquivado. Entramos em contato com a médica citada que nos afirmou que Else não tem câncer e nenhuma doença grave. Não manca e a careca não é peruca ( ufa ! Uma verdade). Ela raspa a cabeça", disse uma usuária no Facebook.

O casal já prestou depoimento na 41ª DP. Outras testemunhas também já foram ouvidas e  agentes realizam diligências em busca de informações "que ajudem a esclarecer os fatos".