As cinco acusadas foram grampeadas em apê no Recreio, de onde ligavam para as vítimas, que forneciam seus dados bancários com a lábia delas polícia civil / reprodução

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio, através da 1ª Vara Especializada Criminal do Rio, determinou novamente a prisão da blogueira Anna Carolina de Sousa Santos, de 32 anos, e de outras quatro cúmplices por roubar cartões de créditos de vítimas. No início do mês passado, o grupo foi preso em flagrante em um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Elas foram soltas após 20 dias, sem que o Ministério Público fizesse nenhuma denúncia durante o período de reclusão.
As acusadas Rayane Silva Sousa, de 28 anos; Yasmim Navarro, de 25; Gabriela Silva Vieira, de 20; e Mariana Serrano de Oliveira, de 27, além de Anna Carolina, seriam integrante de uma quadrilha especializada em uma prática criminosa conhecida como 'golpe do motoboy'. As mulheres forjavam uma situação de que os clientes tiveram seus cartões de crédito clonados e se passavam por operadoras de administradoras de cartão de crédito.
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A nova decisão veio após postagens das acusadas nas rede sociais, celebrando a soltura do grupo com champanhe, caipirinha e salgadinhos, em tom de provocação à Justiça do Rio. Em uma das imagens, divulgadas por Anna Carolina, a blogueira escreve: 'Se você é minha amiga e for presa já sabe'. Diante do fato, o juiz Marcelo Rubioli, titular da 1ª Vara Especializada Criminal do Rio, considerou a atitude como uma afronta e zombaria. 
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"Não se perca de conta que a mesma restou severamente arranhada com a conduta das acusadas quando das suas solturas, em grande festa zombavam da Justiça dizendo frases ofensivas como: "Se você é minha amiga e for presa já sabe", "A recepção vai ficando cada vez melhor", defendeu o juiz titular.
"É pueril imaginar que uma vida criminosa, como resta indiciado ser a das acusadas, cessará como que por encanto. Não é isso que a realidade demonstra. Pelo contrário, apenas a amarga, mas concretamente necessária, medida cautelar de prisão preventiva terá o condão de preservar a ordem pública, impedindo que os réus, em liberdade, sigam suas carreiras criminosas", argumentou Rubioli em sua decisão.
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O magistrado também decretou a quebra do sigilo telefônico e telemático dos celulares das acusadas, que foram apreendidos para que os investigadores possam ter acesso ao histórico de ligações e postagens nas redes sociais. Além disso, também foi autorizada a extração de dados e documentos dos computadores de Anna Carolina e das amigas.
Agentes da Polícia Civil também encontraram, onde as acusadas moravam, um computador com planilhas de Excel com mais de 10 mil dados de vítimas. No local havia uma estrutura semelhante a uma central de telemarketing. Após as vítimas serem avisadas pelas golpistas de que seus cartões haviam sido clonados, um motoboy passava nas residências para pegar o cartão. Na posse deles, as estelionatárias faziam saques, compras, empréstimos e até transferência por Pix, de acordo com as investigações.
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