Otoni de PaulaDivulgação

Rio - Apesar de ter sido intimado, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), alvo de mandado de busca e apreensão, não compareceu à sede da Polícia Federal, no início da tarde desta sexta-feira, para prestar depoimento. O parlamentar, que também é pastor, é investigado em inquérito que apura possível incitação a atos violentos e ameaças contra a democracia.
O advogado de Otoni, que esteve no prédio da PF, no Centro, afirmou que ele utilizou o direito como parlamentar de não se apresentar. "Ele tem a prerrogativa e está usando. Isso é lei. Ele não é obrigado a vir hoje", disse Marcelo Brunner.
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Ainda segundo o responsável pela defesa, o depoimento não tem data para acontecer. O pedido foi feito à PF de Brasília, que irá agendar a nova apresentação do parlamentar. Segundo Brunner, que citou frase de Rui Barbosa durante fala à imprensa, Otoni ficou surpreso com a ida dos agentes a sua residência na Zona Oeste. "Ele está tranquilo, mas chateado, aborrecido. Foi surpreendido em sua casa por uma busca e apreensão".
A intimação e as buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) que acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além de Otoni, a lista inclui outros 12 mandados de busca e apreensão com o ex-deputado e cantor sertanejo Sérgio Reis.
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Após visita dos agentes da PF, o parlamentar compartilhou um vídeo nas redes sociais dizendo que não "recuaria um milímetro". Ele também voltou a atacar o ministro do STF Alexandre de Morais. "Olha ministro, todos nós vamos dar conta a Deus. Então, ministro, se a justiça aqui na terra falhar, a justiça divina não falha nunca".
"Hoje foi um mandado de busca e apreensão que não muda em nada a minha vida. Não há nada melhor do que você andar de cabeça erguida. Não há nada melhor do que você não dever nada para ninguém", se defendeu o parlamentar.
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Otoni de Paula foi denunciado pela PGR ao Supremo em julho de 2020 por supostos crimes de difamação, injúria e coação em vídeos com ataques e ofensas ao ministro Alexandre de Moraes.

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