Sede do TJRJ, no Centro do RioReprodução
CNJ determina fiscalização em gabinetes de desembargadores e juíza do TJRJ por suspeita de corrupção
Órgão usa como base delações premiadas de dois ex-presidentes da Fetranspor que alegaram ter comprado decisões favoráveis
Rio - Sete desembargadores e uma juíza do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) terão seus gabinetes fiscalizados pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suspeita de corrupção. A portaria, publicada na sexta-feira (20), passou a valer nesta segunda, e tem como base denúncias feitas na delação de empresários do setor de transporte do estado.
Uma das denúncias consideradas tem como base a delação de José Carlos Lavouras, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes (Fetranspor), que veio a público em abril. O empresário expôs durante seu depoimento um suposto esquema de venda de decisões que teriam favorecido o setor de ônibus do Rio. Entre as vantagens indevidas, estaria uma no valor de R$ 7.2 milhões supostamente paga ao desembargador do TJRJ Mário Guimarães Neto.
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Entre as vantagens indevidas pagas, estaria uma no valor de R$ 7.2 milhões supostamente paga ao desembargador do TJRJ Mário Guimarães Neto. O magistrado chegou a ser afastado da sua função de desembargador no ano passado, após a delação vir à tona.
Além de Guimarães Neto, os desembargadores Adriano Celso Guimarães, Cherubin Helcias Schwartz Junior, Guaraci Campos Vianna, Helda Lima Meireles, José Carlos Maldonado de Carvalho, Marcos Alcino de Azevedo Torres e Mario Guimarães Neto. A juíza Roseli Nalin, que teria sido citada na delação de Lelis Teixeira, também ex-presidente da Fetranspor, é outra que estará sob investigação.
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A portaria tem validade de fiscalização das 9h às 19h e, por isso, prazos processuais estão suspensos temporariamente. O pedido foi assinado pela ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Maria Thereza de Assis Moura.
O Tribunal de Justiça do Rio foi questionado pelo DIA, mas informou que não irá se manifestar sobre a determinação. "O processo corre em segredo de justiça e, por esse motivo, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro não irá se manifestar sobre o assunto", disse o órgão, em nota.
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