Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio CamargoReprodução

A CPI da Intolerância Religiosa, na Assembleia Legislativa do Rio, vai convocar o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, para que ele explique as razões que o levaram a abrir uma licitação para escolher uma nova identidade visual para a instituição. A mudança proposta da marca teria sido motivada porque a atual remete a um machado do orixá Xangô.

O relator da CPI da Intolerância Religiosa, na Alerj, deputado Átila Nunes (MDB) entrou nesta terça-feira, 24, com representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de inquérito e o cancelamento da licitação. O pedido teve endosso de várias entidades, que divulgaram também uma nota de repúdio contra a ação do presidente da Fundação Palmares.

Átila Nunes lembra que a Fundação Cultural Palmares é uma instituição representativa negra e não há justificativa válida para que sua marca não possa representar elementos da cultura afro-brasileira.
“Acrescenta-se ainda que a Fundação é um patrimônio nacional, conquista da qual todos os brasileiros que respeitam e celebram a cultura afro-brasileira têm orgulho. Desse modo, não se pode pactuar com a extinção da grande conquista que a instituição representa para a comunidade negra brasileira, que é a promoção da preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”.

O símbolo da Fundação Palmares foi criado pelo designer e professor baiano Beto Cerqueira, que em 2010 criou a marca que homenageia Xangô, considerado o Rei da Justiça.