Doses do imunizante foram envasadas em local não autorizado pela Anvisa Reprodução/ Internet

Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio vacinou cerca de 1,2 mil pessoas com um dos lotes de CoronaVac suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste sábado (04), segundo a pasta. O município informou que a remessa em questão não será mais utilizada e aguarda o posicionamento do Ministério da Saúde. 
O Instituto Butantan enviou um esclarecimento para tranquilizar os usuários que foram vacinados com os lotes suspensos (no caso do Rio, o lote 202108113H), e ressaltou a segurança e a qualidade do imunizante.

A SMS informou que não há indicação de revacinar as pessoas imunizadas com a CoronaVac neste sábado e qualquer reação adversa deve ser comunicada à unidade de saúde que aplicou a dose.
Vacinação de adolescentes
O calendário de vacinação contra a covid-19 para os adolescentes cariocas pode ser retomado na próxima quinta-feira (9). A Secretaria Municipal de Saúde do Rio aguarda a chegada de uma nova remessa de imunizantes da Pfizer, único liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para menores de 18 anos, vindos do Ministério da Saúde.

A vacinação do grupo foi paralisada na última quarta-feira (1), quando a SMS esperava imunizar adolescentes com 16 anos ou mais, mas, por conta da falta de entrega de novas doses por parte do Ministério, a vacina não foi aplicada. Durante a divulgação do 35° Boletim Epidemiológico do Rio, na sexta-feira (3), o secretário Daniel Soranz informou que o município iria manter suspensa a vacinação dos adolescentes até o dia 8 de setembro, em função da baixa quantidade de doses de vacina enviadas.
Confira a nota do Butantã na íntegra
O Butantan esclarece que a medida da Anvisa não deve causar alarmismo. Foi o próprio Instituto que, por compromisso com a transparência e por extrema precaução, comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população.

O Instituto Butantan encaminhou à Anvisa há 15 dias toda a documentação necessária para a certificação do processo de produção em que foram feitas essas doses. Por isso, tem convicção que ela será concedida em breve. Caso necessário, pode complementar a solicitação com mais dados, inclusive da Sinovac, caso a agência julgue necessário.

A vacina do Butantan é o imunizante mais seguro à disposição do Programa Nacional de Imunizações (PNI), por causa da sua plataforma de vírus inativado.

Todos os lotes liberados pelo instituto estão de posse do Ministério da Saúde, como firmado em contrato. Reafirmamos, no entanto, que todas as doses que saíram da unidade fabril estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade do Butantan.

Informa, ainda, que 6 milhões de doses da vacina do Butantan, que fazem parte de um lote de 12 milhões de imunizantes formuladas no complexo fabril da zona oeste de SP, aguardavam liberação da Anvisa. Na última quinta-feira (2), o órgão regulatório liberou e as mesmas foram expedidas na sexta-feira (3).

Esse pedido de liberação ao órgão regulatório aconteceu por uma mudança em uma das etapas do processo de formulação da vacina, que pode ocorrer no decorrer da fabricação. A fábrica onde é feita a formulação e o envase da CoronaVac são todas certificadas pela Anvisa, desde o final de 2020.

O Butantan convida a cúpula da Anvisa para voltar a conhecer as instalações das fábricas da Sinovac, na China, e reforça o seu compromisso com a saúde pública, que é comprovado ao longo de seus 120 anos de história.