Gustavo agradeceu apoio de amigos e familiaresReprodução/Rede Social

Rio - Ângelo Gustavo Pereira Nobre, de 30 anos, conhecido como Gugu, usou as suas redes sociais para agredecer o apoio de amigos e pessoas que se envolveram na campanha que provou sua inocência. O produtor de eventos foi preso no dia 3 de setembro do ano passado, acusado de participar do roubo a um veículo em agosto de 2014, no Flamengo, na Zona Sul do Rio. A prisão foi baseada em um reconhecimento feito por foto de rede social, dois meses após o crime.
"Quero agradecer aos meus amigos que torceram por mim, à minha familia, em especial à minha mãe, que foi uma guerreira nessa luta. A inestimável assistência dos meus advogados, a todos os veículos de comunicação que abraçaram a minha causa. Eu estou muito feliz de poder estar de novo aqui ao lado dos meus, ao lado das pessoas que eu amo", disse o produtor cultural.
Gustavo foi solto após a decisão do Quarto Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ)  pela absolvição do produtor de eventos na última terça. Na segunda-feira (30), durante o julgamento do pedido de revisão criminal, três desembargadores votaram por sua absolvição e outros três contra. O desempate só aconteceu no último dia 31, por 4 votos a 3.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) já determinou que o uso de fotos para reconhecimento é apenas uma prova complementar e deve ser apresentada junto com outros meios para ratificar a autoria do crime. No entanto, o TJRJ alega que o uso de fotos é válido na fase do recebimento da denúncia por se tratar de um indício do crime. De acordo um relatório da Defensoria Pública do Rio, pelo menos 58 pessoas foram presas por crimes que não cometeram, entre 1º de junho de 2019 e 10 de março de 2020, após falhas no reconhecimento fotográfico nas delegacias, sendo a maioria delas de pele negra.