As cinco acusadas foram grampeadas em apê no Recreio, de onde ligavam para as vítimas, que forneciam seus dados bancários com a lábia delas polícia civil / reprodução

Rio - A Justiça do Rio negou, nesta sexta-feira, os pedidos de revogação de prisão da blogueira Ana Carolina de Sousa Santos, de 32 anos, e das apontadas pela polícia como suas cúmplices em crimes de estelionato Mariana Serrano de Oliveira, de 27, Gabriela Silva Vieira, de 20, e de Yasmin Navarro, de 25. Elas são acusadas de praticar o 'golpe do motoboy'. 
As quatro, junto com Rayane Silva Sousa, de 28 anos, foram presas em flagrante no dia 7 de julho em um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. No local, a polícia afirma que elas mantinham um 'central de telemarketing' montada para aplicar golpes em idosos, que eram ludibriados a entregarem dados em cartões de crédito mediante falsas informações de que seus cartões haviam sido clonados. 
Segundo o juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada, o pedido de revogação das prisões foi negado diante da possibilidade de elas voltarem a cometer crimes. 
"Não se perca de conta que há crassa possibilidade de reiteração da conduta denunciada, o que desautoriza a substituição das prisões decretadas por medidas cautelares. Isto posto, indefiro o pedido de revogação das prisões preventivas decretadas", escreveu o juiz.
Todas as integrantes do bando tiveram a prisão preventiva decretada. No momento, três delas estão foragidas: Mariana Serrano e Gabriela Vieira, e Yasmin Navarro. Agora, a polícia tenta identificar outros integrantes da quadrilha, que, segundo as investigações, utilizam softwares que direcionam as ligações das vítimas para centrais de cartões de créditos dos bancos para os telefones das acusadas e copiam os números digitados pelas vítimas. 
Segundo a polícia, a quadrilha é formada por quatro estratos: 
- Os líderes da organização criminosa, detentores de todo o 'know how', softwares e responsáveis pela organização e montagem dos "escritórios/centrais de telemarketing.
- Componentes do escritório de telemarketing, que executavam a tarefa de contatar vítimas, convencê-las a entregar os dados bancários, cartões e senhas.
- Motoboys, responsáveis por irem até o endereço das vítimas para recolher os cartões bancários e entregá-lo aos componentes dos escritórios.
- Laranjas, pessoas que cedem suas contas bancárias para movimentação dos valores arrecadados com as fraudes, bem como cedem seus nomes para contratação de máquinas de cartão.