Operação Parque Livre: agentes estiveram na casa do ex-prefeito de Arraial do Cabo Renatinho Vianna, que ficou foragido por 17 dias até ter tido mandado de prisão revogado pela JustiçaFoto: Vinícius Pereira / Arquivo pessoal
A defesa de Alexandre Pereira Mota destacou trecho de relatório de investigação em que os apelidos 'Ligeirinho' ou 'Sargento Mota' foram atribuídos a Alexandre Pereira Mota. No entanto, apenas o outro denunciado, Sandro de Souza Motta, seria conhecido como 'Ligeirinho'. O habeas corpus havia destacado, ainda, o fato de Alexandre ser subtenente e não sargento, além de ter solicitado, em 2009, a mudança de seu nome de guerra 'Mota' para 'Alexandre', justamente para não ser confundido com Sandro, já que os dois atuavam no 25º BPM (Cabo Frio).
A juíza Juliana Benevides de Barros Araujo, no entanto, rechaçou os argumentos e manteve a prisão do policial.
"Inicialmente, verifica-se ter ocorrido e tão somente, erro material no relatório apresentado pela Autoridade Policial (teor disponível no link indicado na cota denuncial, bem como gravado na mídia acautelada em cartório) quando faz referência a SARGENTO MOTA ou LIGEIRINHO, dando margem a que se entenda tratar da mesma pessoa. Ocorre que, posteriormente, com o desenrolar das investigações, as condutas foram perfeitamente individualizadas, tanto a de ALEXANDRE PEREIRA MOTA, vulgo SARGENTO MOTA, quanto a de SANDRO DE SOUZA MOTTA, este sim, vulgo LIGEIRINHO; igualmente foram estabelecidas as condutas desses dois até então investigados", destacou juíza.
Mais adiante, a magistrada aponta:
"(...) a alegação da defesa de que o ALEXANDRE, policial militar, ainda em época anterior aos fatos narrados na denúncia, teria trocado seu "nome de guerra" ou "escala" de MOTA para ALEXANDRE nesse momento não é suficiente para atestar impedimento à sua identificação no meio social de forma diversa. Portanto, insuficiente para afastar, ao menos ainda em fase inicial de instrução, os indícios de autoria e de materialidade, considerando a extensão e a qualidade do caderno investigatório que instrui a denúncia".
De acordo com o MPRJ, a quadrilha praticou loteamentos ilegais em áreas não edificáveis na Área de Proteção Ambiental (APA) Massambaba, onde está localizado o Parque Estadual Costa do Sol, em Arraial do Cabo, com o objetivo de obter vantagem indevida com o parcelamento e posterior venda e exploração do solo. O ex-prefeito da cidade, Renato Martins Vianna, o 'Renatinho Vianna', foi apontado como líder da organização, mas teve a prisão revogada pela Justiça na terça-feira passada. Ele ficou foragido por 17 dias e não chegou a ser preso.
Na decisão da última sexta-feira, a juíza também negou habeas corpus para os denunciados Marcos Vinicius da Silveira Barbosa, Márcio Veiga de Oliveira, Michel Marques Carrir, Rosilene de Azevedo Garcia da Silva, Ranieri Porto Ribeiro e Marcos Alexandre Martins Ozorio.
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