Rio - A cantora Ludmilla publicou em seu Twitter um desabafo sobre a morte de Samuel Vicente, de 17 anos, morto no último sábado (25), em uma ação da Polícia Militar em Anchieta, na Zona Norte do Rio. A fanqueira disse que assistiu uma matéria na televisão sobre o caso e se sensibilizou com a situação da família que não tinha dinheiro para arcar com o velório do rapaz.
Hoje cheguei em casa na hora do jantar, a tv tava ligada no jornal e começou a passar a história do Samuel Vicente. Eu perdi a fome e chorei com a covardia e sofrimento que a mãe desse menino está passando.
Ludmilla pediu ajuda para localizar os parentes, pois gostaria de arcar com o valor do sepultamento. Além de Samuel, o patrasto do rapaz, William Vasconcellos, de 38 anos também foi morto na ação. Ambos levavam a namorada do jovem a uma UPA da região, pois a menina estava se sentindo mal. Ela também foi baleada, mas já recebeu alta.
O enterro dele já foi adiado por falta de verba e eu quero muito ajudar a mãe desse menino a dar um enterro digno pra ele, alguém pode me ajudar a achar a família do Samuel?
Os policiais que atuaram na ação disseram que os baleados eram suspeitos de envolvimento com o tráfico, mas a versão foi desmentida pela família. Samuel era aluno de uma escola da Polícia Militar e o padrasto trabalhava em uma farmácia ao lado de casa.
A Polícia Civil disse, nesta segunda-feira (27), que a Delegacia de Homicídios da Capital não poderá investigar o caso por falta de efetivo. "A condução da investigação está a cargo da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e não da DHC, pois quando foi criada ficou definido por normativa que a Área Integrada de Segurança Pública (AISP), que engloba as circunscrições da 27ª (Vicente de Carvalho), 31ª DP e 39ª DP (Pavuna), ficaria de fora por falta de efetivo. Como praticamente não houve concursos públicos nos últimos 10 anos, a Polícia Civil não teve como ampliar o efetivo e o escopo da DHC", alegou a corporação.
O depoimento dos policiais militares Leonardo Soares Carneiro e Edson de Almeida Santana, que estavam na operação policial que resultou nas mortes apresentam contradições. Em um primeiro momento, os PMs afirmam que atiraram porque Samuel estaria com um fuzil e mirou na direção deles. Logo depois, os agentes alegam ter encontrado uma arma menor.
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