Família de Vinicius protestou em frente ao presídio de BenficaFábio Costa/Agência O DIA
Família de jovem preso por engano protesta em frente ao presídio de Benfica
Segurando cartazes, parentes pediram a liberdade de Vinicius Matheus Barreto Teixeira, de 21 anos, cujo pai é homônimo do traficante Messias Gomes Teixeira
Rio - A família de Vinicius Matheus Barreto Teixeira, preso por engano acusado de ser filho do traficante Messias Gomes Teixeira, conhecido como "Feio", fez um protesto, neste sábado (9), em frente ao presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio. Segurando cartazes com os dizeres "Poder Judiciário corrijam o erro", a família pede a liberdade de Vinicius. Parentes e amigos alegam que o jovem foi preso porque o pai, que trabalha com transporte de equipamentos, também se chama Messias Gomes Teixeira, 46 anos, sendo homônimo do bandido.
"O Estado vai continuar errando até quando? Quantos pais de família vão ter que chorar? Quantos inocentes vão ter que pagar? Isso tem que acabar. Eu fico muito triste. Desde segunda-feira eu não consigo ver meu filho, nem a minha esposa consegue ver meu filho. Eu vejo que a Justiça não consegue ajudar em nada um inocente. Uma pessoa que não deve nada à Justiça, não deve ficar preso. Covardia total", disse o pai de Vinicius, Messias.
A Polícia Civil descobriu, através de um depoimento, que o filho de "Feio" também participa das organização do tráfico de drogas da região. O bandido, que está preso desde 2018, é responsável pelo tráfico de drogas do Morro do Urubu, na Zona Norte do Rio.
"Eu estou muito triste com essa situação, indignada com essa injustiça que eles estão fazendo com meu filho. Eu quero justiça. Mas eu creio na justiça de Deus, não do homem. O meu filho é inocente, uma menino de família, por isso que a gente está aqui por ele. Um menino adorado", disse a mãe do jovem, Paula Barreto.
O jovem de 21 anos foi preso, na segunda-feira (4), durante o expediente no trabalho, que fica em Macaé, no Norte Fluminense. Vinicius foi levado para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, e aguarda o julgamento do habeas corpus feito pela defesa.
"Está sendo muito difícil. Só quem sabe que é mãe, sabe o que é essa dor. É uma dor que eu não desejo para ninguém", disse a mãe.
"Parece que eu estou vivendo um filme de terror. Eu não consigo dormir direito, me alimentar direito. É muito sofrimento. Já tem provas suficientes que meu filho é inocente, meu filho não tem envolvimento com nada disso", afirmou o pai.
Um culto ainda foi realizado em homenagem ao jovem neste sábado. Segundo o Pastor Wanderson Vieira, Vinicius foi criado na Igreja em Macaé e participava como músico da banda.
"O culto foi uma forma de demonstrar nosso carinho ao Vinicius, que faz parte do corpo da Igreja, mais especificamente da música, e demonstrar para ele que estamos aqui, distantes, porém estamos com ele nessa luta, nessa injustiça, nesse momento de revolta, de repugnância. É isso que procuramos demonstrar para o Vinicius e dar um recado também para o Poder Judiciário, demonstrar para eles a injustiça que eles estão cometendo com um menino que foi criado nesse meio. Eles está pagando por algo que não cometeu", afirmou o pastor.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), as denúncias contra Vinicius e outros réus foram apresentadas à Justiça pelo Ministério Público com base nas investigações policiais.
"Os acusados entraram com recurso de apelação, que foi distribuído no dia 30 de agosto para a 2ª Câmara Criminal do TJ do Rio para julgamento em segunda instância. Vinicius Teixeira figura na apelação e também em um pedido de Habeas Corpus que foi distribuído para julgamento na 2ª Câmara Criminal. O pedido de HC está para conclusão da relatora".
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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