Crime aconteceu na Rua Manoel BorbaREPRODUÇÃO DE VÍDEO

Rio - Moradores de Senador Camará afirmam que o ataque a tiros que deixou três mortos e outros dois baleados em um bar, no início da noite de sábado (9), às margens da estação de trem, poderia ter sido uma tragédia ainda pior. Segundo testemunhas, o ocupante de um carro desembarcou e matou a tiros o dono do estabelecimento, Renan de Andrade Pereira, o irmão dele, Fábio Luiz de Andrade Pereira, e Eduardo Silva Singh. Outro homem, identificado como Andrias, foi baleado na perna esquerda e segue internado no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, e o quadro de saúde é estável. Caio Ribeiro sofreu escoriações e já recebeu alta. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.
As vítimas frequentavam semanalmente o bar, localizado na Rua Manoel Borba, às margens da estação de trem de Senador Camará. "Nós participávamos de um time de pelada que joga aos domingos, e em toda véspera de jogo parávamos ali, jogávamos conversa fora. Era para ter umas 20 pessoas no bar. Poderia ter sido pior. Graças a Deus outros amigos conseguiram escapar no momento", afirmou ao DIA um colega das vítimas, que não será identificado.
Fábio Luiz tinha passagem pela prisão por homicídio duplamente qualificado. No último ano, segundo amigos, "estava feliz com a nova vida" e passou a ser responsável, junto com o irmão, pelo bar onde ocorreu o crime. Ele também ajudava a organizar o time de futebol amador da região. "Todos trabalhavam e tinham filhos. Renan tinha assumido o bar há pouco tempo. O Fábio trabalhava junto, e Eduardo tinha emprego porteiro em um edifício aqui perto. É uma tragédia imensa, o clima é o pior possível, foi difícil dormir", lamentou o amigo. 
Segundo testemunhas, dois ocupantes de um veículo preto pararam em frente ao bar. Um deles, encapuzado, desembarcou e efetuou disparos contra Fábio, a primeira vítima. Depois, o atirador entrou no estabelecimento e baleou outras quatro pessoas. Renan e Eduardo foram atingidos e chegaram a ser encaminhados à UPA de Senador Camará, mas não resistiram. Andrias foi transferido ao Albert Schweitzer. Um jovem identificado como Caio Ribeiro sofreu escoriações, mas se recupera em casa.
"Um carro com dois homens passou atirando em todos que estavam ali. O Andrias e o Caio eram trabalhadores também, e não foram mortos porque a munição acabou. Ninguém sabe e nem suspeita de quem efetuou os tiros. Estamos em choque", disse outro colega.
Familiares das vítimas aguardam a liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML), no Centro. Ainda não há detalhes sobre os sepultamentos.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) afirmou que as investigações já estão em andamento para descobrir a motivação do crime. Ainda segundo a Polícia Civil, "a perícia foi feita no local e agentes realizam diligências para apurar a autoria e a motivação do crime".