Allan Turnowski, secretário da Polícia Civil do RioCléber Mendes
'O desfecho do caso garantiu às famílias saber o que aconteceu com seus meninos', diz Turnowski
Secretário da Polícia Civil se manifesta após reportagem do DIA mostrar os bastidores do Comando Vermelho no caso dos meninos de Belford Roxo
Rio -- O secretário de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, se manifestou, nesta segunda-feira, após reportagem do DIA mostrar como o Comando Vermelho tentou culpar milicianos pela morte de três crianças na Baixada Fluminense, no caso que ficou conhecido como 'os meninos desaparecidos de Belford Roxo'. Além disso, os criminosos ordenaram a execução de criminosos envolvidos no crime. Em áudio, traficantes confessaram o assassinato das crianças.
Pela primeira vez a facção assumiu, em declaração enviada à reportagem, de que há 'indícios da morte das criancinhas dentro do Castelar'. O traficante Wilson Quintanilha, o Abelha, teria ordenado a morte de pelo menos dez criminosos que teriam envolvimento, direto ou indireto, na morte das crianças -- que não teria sido autorizada pela alta cúpula da quadrilha.
"O desfecho deste triste caso pelo menos garantiu para as famílias o direito de saber o que aconteceu com seus meninos, trouxe a certeza de que estamos no caminho certo investindo em pericia e investigação, e deixa claro que na luta do bem contra o mal o Estado sempre vencerá qualquer facção criminosa", disse Turnowski.
Sobre a tentativa do tráfico em culpar milicianos ou até de colocar um morador do Castelar como culpado, o secretário apontou: "Este é um caso que escancara as relações do tráfico com certos setores, que durante todo o tempo das investigações tentaram desacreditar a versão de que os garotos foram mortos por traficantes e trabalhavam nas redes sociais e na imprensa para emplacar versões com culpados diferentes".
Lucas Matheus,8; Alexandre Silva, 11; e Fernando Henrique,12; sumiram no dia 27 de dezembro. Investigação da Polícia Civil, que ainda está em andamento, apontou que traficantes do Castelar mataram as crianças após elas terem pego um passarinho de canto de um tio de um dos criminosos.
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