Raphael Montenegro, ex-secretário de Administração Penitenciária, foi preso na terçaDivulgação

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou, nesta quinta-feira (21), uma operação para o cumprimento de três mandados de busca e apreensão contra o ex-secretário da Seap Raphael Montenegro Hirschfeld, e outros dois integrantes da antiga administração penitenciária estadual. A ação faz parte de uma operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). 
Os mandados desta quinta-feira serão cumpridos na sede administrativa da Seap, no Centro, na sede administrativa do Complexo de Gericinó e no Instituto Penal Vicente Piragibe. Montenegro foi preso pela Polícia Federal, no dia 17 de agosto, e exonerado no mesmo dia e solto no dia 22, cinco dias depois. A prisão fez parte da Operação Simonia, que investigava a relação do secretário com lideranças do tráfico. A chefia da Seap foi assumida pelo delegado Fernando Veloso, no dia 20 de agosto. 
De acordo com o MPRJ, os elementos colhidos durante a operação farão parte do processo que apura se o ex-secretário recebeu vantagem ilícita para autorizar a soltura, do Complexo Penitenciário de Gericinó, do traficante Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, conhecido como "Abelha", no último mês de julho. Ele é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho. Os mandados foram expedidos pela 42ª Vara Criminal da Capital.
À época em que foi liberto, no último dia 27 de julho, "Abelha" tinha em seu nome um mandado de prisão preventiva expedido pelo 3º Tribunal do Júri da Capital. E o conteúdo desse pedido havia sido comunicado à Seap 12 dias antes da soltura. Além disso, ainda constava no sistema de Distribuição e Controle de Processos do Tribunal de Justiça desde o dia 14 de julho. 
Um vídeo, que mostra a saída de Abelha com Complexo Penitenciário de Gericinó, também é trazido como prova pela investigação, uma vez que seria o próprio Raphael cumprimentando o preso, então liberto. O MPRJ também informa que colheu provas de que um dia após a soltura, o ex-secretário da Seap também teria ido visitar o traficante no morro da Mangueira. O então subsecretário de Gestão Operacional da Seap, Wellington Nunes da Silva, e o então superintendente da Secretaria, Sandro Farias Gimenes, também estiveram na visita.
Informações colhidas durante as investigações também indicaram que os três ex-dirigentes habitualmente visitavam “Abelha” no Instituto Penal Vicente Piragibe, onde permaneciam em horários após o expediente. Tendo uma das visitas sido feita na véspera da saída do traficante de Bangu, quando inclusive foi permitida a entrada de itens proibidos usados em uma comemoração, entre eles bolo, refrigerante e salgadinhos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que está colaborando com as investigações do Ministério Público, fornecendo todas as informações solicitadas.