Mário Neto LourençoREPRODUÇÃO

Rio - A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga a atuação de milicianos no ataque a tiros que deixou três mortos, entre eles uma criança de um ano e seis meses, na segunda-feira (25), em Mesquita. Segundo as investigações da Polícia Civil, o alvo principal dos tiros que mataram o pequeno Mario Neto Lourenço era Ruan Batista de Souza, de 24 anos. Ele também morreu. A outra vítima fatal foi Renan Felipe Batista Nunes, de 17 anos.
Os crimes aconteceram em dois momentos diferentes, por volta das 12h40 de segunda-feira. Primeiro, um veículo de cor vermelha parou próximo a uma casa na Rua Antônio Borges, no bairro Jacutinga. Usando uma balaclava, espécie de touca ninja para esconder o rosto, o atirador desembarcou do carro e executou Renan Felipe. 
Mais à frente, na Rua Maurício Borges, o alvo do mesmo atirador foi Ruan Batista, que caminhava pela rua. Ele desceu do carro e efetuou os disparos, mas Ruan correu para dentro de uma barbearia. Lá, as balas atingiram Mario Neto Lourenço, de apenas um ano e seis meses. Ele cortava o cabelo quando foi morto. Outra criança, identificada como Theo Emanuel Ferreira Lourenço, de três anos, foi atingida de raspão.
A DHBF afirmou que investiga a atuação de milicianos. No entanto, ainda não há indicação do motivo pelo qual Ruan e Renan eram os alvos. Estojos de pistola de calibre .380 e 9. mm foram apreendidos. A delegacia disponibiliza o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) para informações sobre o crime, "garantindo-se o total anonimato".
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu disse que Ruan foi atingido por diversos disparos e morreu pouco depois de dar entrada no Hospital Geral de Nova Iguaçu. Já a criança, de 1 ano, com um tiro no abdômen, chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
'Perdeu a vida cortando o cabelo no salão', desabafa pai de criança
Nas redes sociais, o pai de Mário Neto lamentou a morte do filho. "Hoje foi meu filho. Perdeu a vida cortando cabelo no salão. (Mais uma) vítima da violência do estado do Rio de Janeiro. Até quando vamos perder entes queridos? Um ano e seis meses, meu príncipe. Senhor, misericórdia. Muita dor na minha alma", escreveu ele.
Um amigo de Ruan também lamentou o ataque. Ele conta ter visto o jovem caído no local do crime. "Te ver caído naquele chão não me fez bem, você não merecia isso, você criado comigo sem nenhum tipo de envolvimento com nada. Sempre estávamos juntos vendo o jogo do Flamengo lá no Wanderley. Ver um amigo abatido no chão que foi cria comigo acabou comigo", escreveu.