Mário Neto LourençoREPRODUÇÃO

Rio - Familiares ainda aguardam a liberação do Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu do corpo do menino Mario Neto Lourenço, de um ano e seis meses, morto por um tiro durante um ataque criminoso em Mesquita, na Baixada Fluminense. O pequeno cortava o cabelo em um salão quando foi atingido por uma bala. O alvo principal, Ruan Batista, de 24 anos, também morreu. Renan Felipe Batista Nunes, 17, foi a terceira vítima fatal. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) busca imagens de câmeras de segurança, e apura se o crime foi cometido por milicianos.
Familiares de Mario estão abalados. O irmão mais velho da criança, Theo Emanuel Lourenço, de três anos, viu toda a cena. Ele também foi baleado e recebeu atendimento no Hospital Geral de Nova Iguaçu. Ivanildo, tio das crianças, pediu justiça.
"A única coisa que pedimos é justiça. A vida dele não vai voltar mais. Ontem foi meu sobrinho, amanhã pode ser outra pessoa", disse o tio, em entrevista ao 'RJ1', da TV Globo. "Eu estava em casa com meu irmão quando recebi a notícia. Soube que ele foi ao salão cortar o cabelo com a mãe e a irmã menor, quando ocorreu o fato. O Mario era uma criança cheia de saúde, maravilhosa, super agarrada comigo, com o pai. Só queremos justiça", completou Ivanildo.
Criança foi atingida quando jovem tentou se esconder; DHBF investiga participação de milícia
Os crimes aconteceram em dois momentos diferentes, por volta das 12h40 de segunda-feira. Primeiro, um veículo de cor vermelha parou próximo a uma casa na Rua Antônio Borges, no bairro Jacutinga. Usando uma balaclava, espécie de touca ninja para esconder o rosto, o atirador desembarcou do carro e executou Renan Felipe.
Mais à frente, na Rua Maurícia Borges, o alvo do mesmo atirador foi Ruan Batista, que caminhava pela rua. Ele desceu do carro e efetuou os disparos, mas Ruan correu para dentro de uma barbearia. Lá, as balas atingiram Mario Neto Lourenço, de apenas um ano e seis meses. Ele cortava o cabelo quando foi morto. Outra criança, identificada como Theo Emanuel Ferreira Lourenço, de três anos, foi atingida de raspão.
A DHBF afirmou que investiga a atuação de milicianos. No entanto, ainda não há indicação do motivo pelo qual Ruan e Renan eram os alvos. Estojos de pistola de calibre .380 e 9. mm foram apreendidos. A delegacia disponibiliza o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) para informações sobre o crime, "garantindo-se o total anonimato". 
Região Metropolitana tem 11 crianças baleadas em 2021
Dados da plataforma Fogo Cruzado apontam que 11 crianças foram atingidas por tiros na Região Metropolitana do Rio, em 2021. Destas, quatro morreram. Nos últimos cinco anos, foram mais de 100 crianças ou bebês baleados