Movimentação no cemitério do Caju, nesta feriado de finadosCleber Mendes/Agência O Dia
"É uma homenagem a mais que fazemos. Faço minhas orações e reflito sobre a vida. Saio daqui tranquila", contou Maria de Fátima.
Cardeal Dom Orani Tempesta participa de eventos durante o dia todo no Rio.
— Jornal O Dia (@jornalodia) November 2, 2021
Créditos: Aline Cavalcante pic.twitter.com/peqKe0Y4vV
Além das missas de hora em hora, um painel de mensagens com tags especiais para o visitante homenagear seus mortos foi montado na entrada do cemitério. Um velório principal e outros velórios móveis também foram montados especialmente para o Dia de Finados.
Fitas e balões no Cemitério da Penitência
O Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Portuária do Rio, preparou uma programação especial com missa celebrada por Dom Orani e drone sobrevoando o local, após a missa, com uma faixa de 20 metros com uma mensagem do cardeal: "Nascemos para a vida eterna”.
“Saber que nós estamos aqui no cemitério porque cremos na vida eterna. Acho que todo mundo tem algum parente, algum amigo, algum conhecido que partiu nesse tempo de pandemia. Nós nos colocamos em oração por eles. E ao mesmo tempo pedir ao senhor nós que ficamos, que nós façamos o bem enquanto estamos vivendo para ajudar o mundo a ser melhor”, disse o cardeal-arcebispo.
O local ficou cheio do lado de dentro e de fora, com todos os cuidados, mesmo com a flexibilização do uso de máscara em locais abertos. No velório, os visitantes faziam orações.
"Acendi uma vela para minha mãe, ela morreu há cinco anos. É uma forma de homenagear ela. Bate uma tristeza, mas também alivia a dor e a saudade", revela Ana Maria Corrêa, 65 anos.
O projeto "A vida não para" - de apoio às pessoas enlutadas - , comandaram uma revoada de balões. Dezenas de famílias escreveram nomes e mensagens nos balões, antes de eles serem soltos.
Às 17h houve missas presididas pelo padre Pedro Paulo. Depois da celebração foi a vez do projeto "Iluminando memórias", em que de mil velas foram acendidas no cemitério.
Durante o dia, na Estação Saudade os visitantes podem fixar fitas brancas com a palavra "saudade" num painel e apreciar a poesia criada por Allan Dias Castro para o momento.
No Espaço Zen, quatro vídeos com a Monja Coen e o poeta Allan Dias Castro foram exibidos na sala adaptada para a atividade, além de meditação guiada.
No local, tinha ainda o chamado ‘Varal da saudade’, onde os familiares poderão pendurar fotos dos seus entes queridos.
No cemitério de Ricardo de Albuquerque as missas aconteceram de 8h às 16h, de hora em hora. No Cemitério de Santa Cruz as missas a 8h, 10h e houve uma celebração especial às 16h, com Dom Orani Tempesta.
Há 27 anos vendendo flores em datas comemorativas na porta do Cemitério do Caju, Celia Pereira, 44 anos, relata que foi um dos piores anos para as vendas.
"Desde que estava grávida do meu filho eu vendo flores aqui. Acho que este, se não foi o pior, é um dos piores anos. A crise financeira está pior este ano e que está vindo ao cemitério não está comprando flor. Ano passado estava melhor porque muita gente perdeu um ente querido na pandemia e não pôde fazer velório, aí no Dia de Finados tido mundo queria homenagear seus mortos", revela a vendedora.
Ludmila Sabino dos Anjos, 33 anos, também reclamou da baixa de vendas. "Está bem devagar em relação aos outros anos. No ano passado eu não vim por causa da pandemia, então estou tentando tirar o prejuízo".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.