Fernanda Montenegro é a única inscrita para a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL)Reprodução

Rio - A atriz Fernanda Montenegro foi eleita, nesta quinta-feira, para ocupar a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL). A artista de 92 anos, que era a única candidata ao posto, recebeu 32 votos dos imortais. Ela tomará posse logo depois que a Academia voltar do recesso de final de ano, em março de 2022.
Nas redes sociais, a atriz enalteceu a importância histórica da ABL. "A Academia Brasileira de Letras é um referencial cultural de 125 anos. Abrigou e abriga representantes que honram a diversidade da nossa criatividade em várias áreas. Vejo a academia como um espaço de resistência cultural. Agradeço a oportunidade", afirmou.
Para assumir a cadeira 17 da ABL, Fernanda precisaria receber 17 votos. Nomes como Roquette Pinto, Álvaro Lins e Antônio Houaiss já ocuparam o assento dos imortais — como são chamados os membros da Academia. O fato de não haver nenhuma outra candidatura foi entendido como uma homenagem à carreira e à trajetória da atriz.
As cadeiras 2, 12 e 20 também estão vagas. O músico Gilberto Gil é um destaque entre os concorrentes. De acordo com o estatuto da Academia Brasileira de Letras, para alguém se candidatar é preciso ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da Literatura, obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livros de valor literário.
Seguindo o modelo da Academia Francesa, a ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos — sendo chamados de imortais. Além deste quadro, existem 20 membros correspondentes estrangeiros.
Fernanda Montenegro tem uma extensa lista de participações em produções de teatro, cinema e televisão. A veterana lançou, em 2019, o livro "Prólogo, ato, epílogo - Memórias", lançado em 2019 pela Companhia das Letras. A artista foi a primeira representante latino-americana e única brasileira a receber uma indicação ao Oscar como Melhor Atriz, por "Central do Brasil", além de ser a primeira brasileira a ganhar o Emmy de Melhor Atriz, por "Doce de mãe".