Enfermeira que morreu na UPA de Mesquita é enterrada; 'Imprudência, negligência', diz irmã
Kátia Regina de Carvalho Vianna, de 48 anos, morreu em casa na sexta-feira (5), horas depois de receber alta com diagnóstico de gastrite. Família alega que ela não deveria ter recebido alta
Kátia Regina Vianna, 48 anos, morreu horas depois de ser diagnosticada com gastrite na UPA Edson Passos, em Mesquita - Divulgação
Kátia Regina Vianna, 48 anos, morreu horas depois de ser diagnosticada com gastrite na UPA Edson Passos, em MesquitaDivulgação
Rio - O corpo da enfermeira Kátia Regina de Carvalho Vianna, de 48 anos, foi enterrado neste sábado (6), no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. Kátia morreu na sexta (5), horas depois de receber alta na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Mesquita, após ser diagnosticada com gastrite. A família alega negligência profissional. A Secretaria Estadual de Saúde nega.
Camila Laíse, irmã de Kátia, diz que a família ainda tenta entender os motivos e aponta 'imprudência' na condução do diagnóstico. "O enterro foi um culto pelo privilégio de termos vivido com ela. A Kátia era uma pessoa amável, alegre, uma mulher de garra e que gostava da profissão. Ainda estamos em choque e tentando entender o porquê de tanta imprudência, tanta negligência", afirma a irmã.
Enfermeira foi atendida e liberada mesmo com alterações no exames, diz família
A família contou que Kátia começou a sentir fortes dores abdominais na quarta-feira (3), procurou atendimento na unidade na quinta-feira (4) e foi diagnosticada com início de gastrite. Em seguida, foi liberada, já na madrugada de sexta-feira, por volta da meia-noite. Por volta das 6h20, a mãe de Kátia entrou no quarto, e a enfermeira já estava morta.
"Na quarta, ela reclamou de dor e teve febre, aí ontem (quinta), depois que deixou o filho na escola, ela foi para a UPA. Chegando lá, ela se queixou de fraqueza e dor abdominal. Foi então que o médico pediu um exame laboratorial e apareceram alterações. O profissional a encaminhou para um gastro, disse que não ia liberá-la, mas mudou de ideia e a liberou", contou Camila Laíse.
Na receita passada pelo médico que a atendeu, Kátia foi orientada a fazer uso dos medicamentos Omeprazol e Hidróxido de Alumínio XP. A irmã lembra que ela saiu de cadeira de rodas da UPA Edson Passos, chegou em casa, tomou um mingau e se deitou. Por volta das 6h20 a mãe de Kátia entrou no quarto e ela já estava morta.
"Ela chegou na lá bem, foi até dirigindo para a UPA. Saiu de lá sem condições. Ela não podia ser liberada, tinha que estar tomando antibiótico venoso", diz Camila.
Segundo a família, a UPA se negou a entregar o prontuário da paciente e disse que só vai disponibilizar na Justiça. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que, diferente do alegado pela família, os exames "não demonstraram alterações, e com a estabilização de seu quadro clínico, a paciente recebeu alta médica". A pasta informou que vai apurar o atendimento.
Confira a nota na íntegra:
A direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mesquita informa que, de acordo com coordenação médica, a paciente Katia Regina de Carvalho foi acolhida às 14h na última quinta-feira (4/11), classificada pela equipe de enfermagem e atendida pela equipe médica. Foram realizados exames, que não demonstraram alterações, e com a estabilização de seu quadro clínico, a paciente recebeu alta médica às 0h5m da última sexta-feira (5/11).
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) ressalta que vai apurar o atendimento prestado pela unidade à paciente , assim como colaborar com todas as medidas necessárias para apurar o ocorrido.
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