Kátia Regina Vianna, 48 anos, morreu horas depois de ser diagnosticada com gastrite na UPA Edson Passos, em MesquitaDivulgação

Rio - A família da enfermeira Kátia Regina de Carvalho Vianna, que morreu na última sexta-feira (5) horas após receber alta na UPA de Mesquita, questionou a justificativa da Secretaria Estadual de Saúde sobre a liberação da paciente. Em nota, a pasta afirmou que os exames feitos estavam normais, e por isso a alta foi autorizada.
"A SES disse que os exames feitos na enfermeira não apresentavam alterações. Porém, essa nota é uma piada, pois todos os médicos e enfermeiros que olharam viram nitidamente que o exame de sangue dela estava alterado.", afirmou Camila Laíse, irmã de Kátia. "Não estamos recebendo nenhuma assistência da secretaria'.
Em nota, a UPA de Mesquita, através da Secretaria Estadual de Saúde, afirmou "que de acordo com coordenação médica, a paciente Katia Regina de Carvalho foi acolhida às 14h na última quinta-feira (4), classificada pela equipe de enfermagem e atendida pela equipe médica. Foram realizados exames, que não demonstraram alterações, e com a estabilização de seu quadro clínico, a paciente recebeu alta médica às 0h5 da última sexta-feira (5)".
Dores abdominais levaram Kátia à UPA
A família contou que Kátia começou a sentir fortes dores abdominais na quarta-feira (3), procurou atendimento na unidade na quinta-feira (4) e foi diagnosticada com início de gastrite. Em seguida, foi liberada, já na madrugada de sexta-feira, por volta da meia-noite. Por volta das 6h20, a mãe de Kátia entrou no quarto, e a enfermeira já estava morta.
"Na quarta, ela reclamou de dor e teve febre, aí ontem (quinta), depois que deixou o filho na escola, ela foi para a UPA. Chegando lá, ela se queixou de fraqueza e dor abdominal. Foi então que o médico pediu um exame laboratorial e apareceram alterações. O profissional a encaminhou para um gastro, disse que não ia liberá-la, mas mudou de ideia e a liberou", contou Camila Laíse.
Na receita passada pelo médico que a atendeu, Kátia foi orientada a fazer uso dos medicamentos Omeprazol e Hidróxido de Alumínio XP. A irmã lembra que ela saiu de cadeira de rodas da UPA Edson Passos, chegou em casa, tomou um mingau e se deitou. Por volta das 6h20 a mãe de Kátia entrou no quarto e ela já estava morta.
"Ela chegou na lá bem, foi até dirigindo para a UPA. Saiu de lá sem condições. Ela não podia ser liberada, tinha que estar tomando antibiótico venoso", diz Camila.
Enfermeira foi sepultada no domingo; 'Ainda estamos em choque'
Kátia foi enterrada no domingo (7), no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. A irmã da enfermeira  diz que a família ainda tenta entender os motivos e aponta 'imprudência' na condução do diagnóstico. "O enterro foi um culto pelo privilégio de termos vivido com ela. A Kátia era uma pessoa amável, alegre, uma mulher de garra e que gostava da profissão. Ainda estamos em choque e tentando entender o porquê de tanta imprudência, tanta negligência", afirma.