Passageiros e funcionários circulam vestindo máscaras contra o novo coronavírus (Covid-19) no Aeroporto Internacional Tom Jobim- Rio GaleãoFernando Frazão/Agência Brasil

Rio - Autoridades da capital fluminense e do governo do estado mantém os planos de realizar o réveillon, mas seguem em alerta pelo surgimento da variante ômicron. Ao todo, 11 países já confirmaram a circulação. Para evitar a chegada da cepa no Rio, a prioridade do momento não é cancelar os eventos de fim de ano, mas reforçar com o governo federal a adoção de medidas que comprovem a vacinação aos turistas que desembarcarem no país. O governador Cláudio Castro (PL) vai até Brasília nesta terça (30) discutir estratégias para evitar a chegada da nova variante.
A exigência do passaporte da vacina em aeroportos e rodoviárias é uma das possibilidades de controle e está na pauta de Castro. Na semana passada, a Anvisa recomendou ao governo federal a comprovação de vacina para entrada no Brasil. O Ministério da Saúde ainda não tomou nenhuma decisão, mas é pressionado por diferentes estados, e o Rio é um deles. No mês passado, a Prefeitura formalizou dois pedidos a favor da exigência. Em paralelo, o Comitê Científico recomenda o comprovante vacinal para hospedagem nos hotéis da cidade.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio emitiu alerta para os municípios aumentarem a atenção a casos de viajantes, e sempre solicitarem a coleta de amostras para exame PCR dos turistas que estiveram em outro país nos últimos 14 dias, e apresentem quadro de síndrome gripal. O secretário Alexandre Chieppe adota cautela.
"A gente tem clareza de que o conhecimento acerca dessa variante é muito pequeno ainda. Não sabemos  ao certo o quanto ela é agressiva, o risco e a evolução para formas graves. Como ela tem um número de mutações muito maior, também não sabemos se existe alguma alteração em relação a eficácia da vacina. Tudo indica que é uma variante que, apesar de agressiva, nao está relacionada a casos graves", afirmou Chieppe, em entrevista ao 'Bom Dia Rio'.
"Importante ter clareza que é muito difícil evitar a entrada dessa variante. O Brasil adotou algumas medidas de restrição de voos de entrada de estrangeiros de alguns países africanos, mas essa variante já foi identificada em países da Europa. Avançar o mais rapido possível na vacinação é a principal estrategia", completou o secretário, que lembrou que o Brasil fechou fronteiras aéreas para passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
'Esperar, estudar e se planejar', diz Castro sobre nova variante do coronavírus
O governador do Rio disse em entrevista coletiva no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio, na segunda-feira, que as festas de Réveillon no estado a princípio estão mantidas e que "não é hora de falar de Carnaval". "Esperar, estudar e se planejar", com essas palavras Cláudio Castro resumiu como o Estado do Rio está lidando com o surgimento da nova variante do coronavírus no mundo, a Ômicron.
"Tenho conversado quase diariamente com o prefeito Eduardo Paes, com Washington Reis, Rogerio Lisboa e outros para que a gente tome essa decisão em colegiado. Não é hora de falar de Carnaval. A hora é de olhar para o Réveillon e festas de fim de ano. Ainda não há motivo para nenhum desespero", tranquilizou.
Eventos só serão realizados 'caso haja garantia para tal', afirma Paes
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicou um vídeo nas redes sociais, na noite de segunda-feira (29), comentando a circulação global da variante ômicron. Paes ressaltou que os eventos já planejados, como réveillon e Carnaval, seguem confirmados, mas podem ser cancelados caso haja uma piora no cenário da covid-19 no Rio.
"A única certeza que a gente tem é que só há uma forma de vencer a covid, e ela se chama vacina. Como prefeito, tenho orgulho de sermos uma das cidades com um dos maiores índices de pessoas imunizadas do mundo. Nosso norte sempre foi e sempre será a ciência", afirmou o prefeito.
"Muito tem se falado também sobre carnaval e réveillon. Qualquer evento ou festividade que irá, em tese, ocorrer daqui a semanas ou meses só vão ser realizados caso haja condições seguras para tal. Eu garanto que o rio está pronto para realizar os eventos de 2022 que são importantes para a cultura, economia e vida da cidade. Ter planejamento para um evento não significa necessariamente que ele será realizado. Estamos fazendo dever de casa e na torcida para que o cenário que temos hoje se mantenha, e seja até melhor nas próximas semanas e meses", completou Paes.