Moradores protestam. Corpos foram encontrados em área de mangue no Complexo do Salgueiro no último dia 22FOTOS Marcos Porto
Lideranças de favelas vão até Brasília para reunião com parlamentares
Comitiva organizada pela Federação das Associações de Favelas do Rio (Faferj) pretende, entre outros assuntos, abordar a operação do Bope no Complexo do Salgueiro, que resultou em nove mortes, no último dia 21
Rio - Lideranças comunitárias e membros da Federação das Associações de Favelas do Rio (Faferj) estão em Brasília para uma reunião com parlamentares e autoridades do Poder Judiciário. Nos encontros, realizados nesta quarta (1º) e quinta-feira (2), o grupo pretende expor os problemas de segurança pública enfrentados nas favelas, como o caso do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. No último dia 21, uma operação do Bope teve nove mortos, um dia após a morte de um policial militar.
A Comitiva das Favelas levará aos parlamentares três pautas principais: a instalação de câmeras nos uniformes policiais, o controle das operações policiais para que a vida dos moradores seja protegida, e a invetigação e resolução da operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Nesta quinta-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar as discussões sobre a ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que restringe operações policiais nas comunidades do Rio apenas para casos excepcionais enquanto durar a pandemia. Ela está em vigor desde o ano passado, autorizada pelo ministro Edson Fachin.
Quatro PMs prestaram depoimentos sobre mortes no Complexo do Salgueiro
Quatro PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) prestaram depoimentos, na terça-feira, sobre a operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, realizado no final de semana dos dias 20 e 21 de novembro.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio investigam o caso para descobrir as circunstâncias das mortes. Oito PMs irão dar declarações sobre o caso e a previsão é que todos sejam ouvidos até a próxima quarta-feira (1).
Durante esta manhã, dois policiais foram ouvidos na Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG). Os agentes chegaram na especializada sem fardas e em um carro de passeio, por volta das 9h40. Eles prestaram depoimentos por cerca de três horas, saindo às 13h.
O MP foi o responsável por colher o termo de declaração de outros dois PMs, durante a tarde. Os militares chegaram na sede do órgão, no Centro do Rio, pouco antes das 14h. Eles foram ouvidos por aproximadamente duas horas.
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