Salvamento Aeronáutico volta atrás após afirmar que asa e bolsa foram encontradas, diz namorada de copiloto
Familiares cobram agilidade nas buscas
Aeronave vinha de Campinas, em São Paulo, para o aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e estava regular conforme a Agência Nacional de Aviação Civil - Divulgação
Aeronave vinha de Campinas, em São Paulo, para o aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e estava regular conforme a Agência Nacional de Aviação CivilDivulgação
Rio - A namorada do copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20, disse que a Salvaero - a Coordenação de Salvamento Aeronáutico que faz as buscas dos desaparecidos depois da queda de um bimotor no mar aberto entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ) - voltou atrás da informação que havia sido repassada ontem (30).
Thalya Ares disse que ligou na manhã de terça-feira para a coordenação e foi informada de que uma asa de avião e uma bolsa branca haviam sido localizadas durante um sobrevoo, tendo sido as coordenadas, registradas, sem no entanto que tivessem recolhido os itens ou fotografado. A informação foi publicada pelo Dia ontem.
A namorada de Porfírio disse que nesta quarta-feira, no entanto, ao ligar para a Salvaero pela manhã, a informação foi revista.
"Hoje, todo mundo diz que ninguém tem informação sobre isso. Ontem eu consegui essa informação em detalhes. Eu não sou louca, nem inventei nada. Me foram passadas as coordenadas. Quando liguei hoje, ninguém sabe de nada, ninguém viu nada, ninguém fala o nome de ninguém", relata Thayla. A reportagem pediu esclarecimentos à Força Aérea Brasileira sobre a suposta identificação dos novos itens, mas não foi atendida.
Com relação aos seus questionamento, a Aeronáutica informou apenas que nesta quarta-feira (1) a Força Aérea Brasileira (FAB) continua na operação de busca e salvamento da ocorrência envolvendo a aeronave de prefixo PP-WRS, com a participação de um helicóptero H-36 Caracal do 3°/8° GAV, que está engajado nas buscas. Até o momento, uma área de mais de 4900 km² do litoral foram cobertos pela busca aérea.
Nesta quarta-feira completa-se uma semana do acidente. O proprietário do bimotor, José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, e o passageiro Sergio Dias, ainda não foram encontrados. O corpo do piloto Gustavo Carneiro, de 27 anos, foi identificado na última sexta-feira.
Familiares dos tripulantes cobram maior empenho e agilidade das autoridades nas buscas e relatam a falta de transparência da Marinha na condução do salvamento. "Eu queria muito que a gente conseguisse o navio sonar. A região do acidente tem uma profundidade gigantescas. Os Bombeiros estão tentando. O que nós conseguimos não foi suficiente", apela a namorada de uma das vítimas. Esse pedido foi reiterado publicamente pelo surfista Pedro Scooby, amigo do empresário e campeão de jiu-jitsu Sérgio Dias, de 45 anos, que está entre as vítimas.
Uma mochila foi encontrada no último sábado pela Marinha Brasileira, mas a informação só foi divulgada na segunda-feira (29). Familiares ficaram sabendo da novidade pela imprensa.
O avião bimotor desapareceu por volta das 21h de quarta-feira (24). A aeronave decolou às 20h30 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e tinha como destino o aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A torre do Rio de Janeiro perdeu o contato com a aeronave às 21h40.
O Corpo de Bombeiros Rio informa que militares seguem mobilizados com mergulhadores e contam com auxílio de aeronaves, embarcações e moto aquáticas que fazem varredura costeira na região entre a divisa do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o coronel Leandro Monteiro, comandante-geral do CBMERJ e secretário Estadual de Defesa Civil, as buscas não param e incluem operações aéreas, marítimas e terrestres, estas inclusive durante a noite.
"Quero me solidarizar com os familiares das vítimas que estão aqui nos auxiliando com informações. Diariamente, estamos com militares de todo o Estado, dos grupamentos marítimos e das unidades especializadas. Todos os recursos necessários estão sendo empregados. O Corpo de Bombeiros não desiste nunca. Ficaremos aqui durante 15 dias em busca de vidas”, afirmou o comandante.
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