Kathlen Romeu estava grávida de 14 semanas quando foi baleada no Complexo do LinsReprodução Internet

Rio - Familiares de Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos, morta no dia 8 de junho deste ano, fizeram um protesto em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta quinta-feira. O ato foi realizado para marcar os seis meses da morte da jovem, que estava grávida, e para cobrar respostas sobre quem foi o autor do tiro que matou a designer de interiores. Ela foi baleada durante uma ação da Polícia Militar, no Complexo do Lins, na Zona Norte, quando ia visitar a avó. Ela e os pais haviam se mudado da comunidade por conta da violência.
Os parentes pedem mais agilidade na investigação e alegam que não recebem atualizações do caso. "Uma sensação de impotência, de descaso. É uma coisa estrutural que a gente vem, uma necropolíticia de segurança que é direcionada às pessoas, que todo mundo sabe, somos nós, pretos, favelados, pobres, que não temos direito a nada", disse Luciano Gonçalves, o pai da jovem, em entrevista ao RJTV.
O namorado de Kathlen também estava presente no protesto. "São seis meses de dor de saudade. A gente fica ainda incrédulo que isso tudo aconteceu", disse. 
Com cartazes, a família da jovem pediu pelo fim das manobras policiais conhecidas como troias e pela implementação das câmeras nos uniformes policiais. "Eles tiram a vida da pessoa em segundos e levam seis meses pra nada, não fizeram nada, parece que eu ainda estou no dia 8 de junho", disse a mãe da jovem, Jaqueline Lopes. 
Em julho, a Polícia Civil realizou uma reconstituição do dia do crime. Cerca de 50 policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais da (Core) da Polícia Civil, em seis viaturas, dois blindados participaram do procedimento. Os parentes da designer também acompanharam a simulação. 
Questionada sobre o andamento das investigações, a Polícia Civil disse que o inquérito está em fase de conclusão. A Delegacia de Homicídios recebeu novas imagens do momento do tiroteio que resultou na morte de Kathlen e mostra a movimentação dos policiais. A especializada agora analisa as gravações. "O inquérito será encaminhado ao Ministério Público tão logo apreciados os fatos apresentados no material", disse a corporação por meio de nota.