Médico responsável por hidrolipo em mulher que morreu prestou depoimento por três horas
Instrumentador da clínica, Zander Mendonça também foi ouvido no fim da noite da última segunda-feira (20); funcionários do prédio serão ouvidos a partir de hoje
Médico colombiano Brad Alberto Castrillón Sanmiguel - Divulgação
Médico colombiano Brad Alberto Castrillón Sanmiguel Divulgação
Rio - O médico Brad Alberto Castrillón Sanmiguel e o instrumentista Zander Mendonça, da clínica onde Maria Jandimar Rodrigues, 39, morreu após uma hidrolipo na última sexta-feira (17), prestaram depoimento no fim da noite desta segunda-feira (20), na 27ª DP (Vicente de Carvalho). O médico colombiano estava ao lado do seu advogado Hugo Novais e falou por pouco mais de três horas durante o depoimento. Ele saiu sem dar entrevista. Já o depoimento do instrumentador iniciou às 23h e foi até 1h.
O delegado titular da 27ª DP, Renato Carvalho, informou que a partir desta terça-feira vai ouvir funcionários e pacientes da clínica. Na última segunda-feira (20), a paciente Daiana França compareceu à delegacia para prestar depoimento. Ela fez um procedimento estético com o médico colombiano.
Até o momento, segundo o delegado Renato Carvalho, duas pacientes procuraram a 27ª DP para prestar queixa sobre problemas provocados por procedimentos estéticos feitos pelo médico. As mulheres passarão por exames periciais no IML.
O laudo inicial não indicou a causa da morte da paciente Maria Jandimar, por isso a polícia aguarda ainda o resultado do laudo complementar, que será analisado junto com o exame toxicológico da vítima, para concluir se a causa da morte tem ligação com o procedimento estético. Espera-se que o resultado final da investigação fique pronto em até sete dias.
O médico possui duas passagens pela polícia por ameaças relacionadas a sua vida particular. Em nota, a defesa de Brad Alberto disse:
"Na data de ontem, dia 20 de dezembro de 2021, o Dr Brad Alberto e seu instrumentador estiveram na sede da 27 DP, momento em que prestaram declarações sobre o fato à Autoridade Policial. Na oportunidade, restou claro que Brad adotou corretamente todos os previstos na literatura médica, e quando se deparou com a intercorrência, buscou imediato socorro em uma emergência próxima, o que não foi possível em virtude do falecimento da paciente. Importante ressaltar que não existiu omissão de socorro, muito menos tentativa de fuga. Por fim, ressalta a solidariedade ao sofrimento dos familiares, é que está à disposição das autoridades para outros esclarecimentos necessários."
Relembre o caso
Maria Jandimar morreu na última sexta-feira, na clínica localizada no Carioca Offices, prédio anexo ao Carioca Shopping, na Vila da Penha, Zona Norte da cidade.
"Eu estava juntando um dinheiro sem ela saber e quando contei para ela, ela disse 'então tu vai me dar esse dinheiro para fazer'. Eu ainda falei que estava juntando para ajeitar a nossa casa, trocar algumas coisas que tínhamos que fazer mesmo, mas ela pediu para deixar isso para o ano que vem e eu concordei. E acabou que juntei, juntei, e ela não está mais nem aqui nem para contar como ela gastou", lamentou Vinícius.
"Já no primeiro procedimento ela ficou muito mal a semana toda. Eu acho que o médico deveria ter falado para ela que ela não teria mais condições de fazer de novo, mas ele quis fazer da forma como ela estava e acabou que, não sei se foi excesso de remédio ou se ele perfurou algum órgão, ela morreu. A gente só vai saber o que aconteceu quando sair o resultado do exame", contou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.