As investigações estão sendo conduzidas pela 27ª DP (Vicente de Carvalho)Reginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio - O delegado titular da 27ª DP (Vicente de Carvalho), Renato Carvalho, informou nesta segunda-feira que o laudo inicial não indicou a causa da morte da paciente Maria Jandimar Rodrigues, submetida a uma hidrolipo na última sexta-feira (17). A polícia aguarda agora o resultado do laudo complementar, que será analisado junto com o exame toxicológico da vítima, para concluir se a causa da morte tem ligação com o procedimento estético. Espera-se que o resultado final da investigação fique pronto em até sete dias.
O titular informou ainda que o médico Brad Alberto Castrillón Sanmiguel é aguardado nesta segunda-feira para apresentar todos os documentos que o permite fazer pequenas intervenções cirúrgicas. A clínica de estética onde o procedimento foi realizado também apresentou o alvará para que o estabelecimento pudesse fazer o procedimento.

"O caso é complexo e não adianta sermos afobados na investigação pois lá na frente, quando chegar ao Ministério Público, os fatos podem ser desmantelados. Mas entendemos a consternação dos familiares", explicou o delegado que coletou, no início desta tarde, as imagens das câmeras de segurança do prédio anexo ao Carioca Shopping.

A delegacia agora vai analisar todas as imagens internas e externas do prédio, desde o dia 10 de dezembro, data em que Maria Jandimar fez o primeiro procedimento de hidrolipo, até o dia do ocorrido.

Até o momento, nenhum paciente da clínica ou do médico compareceram para fazerem denúncias sobre intervenções cirúrgicas. Foi verificado também que o médico colombiano possui dois antecedentes criminais por ameaças, mas todas referentes a sua vida particular.

Durante as investigações, foi informado à delegacia que Maria Jandira era uma das últimas pacientes da clínica este ano, já que os donos do estabelecimento estavam fechando as portas da unidade para se mudarem para um outro lugar, com mais espaço.

De acordo com o delegado, a perícia foi realizada no fim da manhã desta segunda-feira na clínica. No local, os agentes encontraram alguns materiais que eram usados para o procedimento de hidrolipo e que a clínica estava apta para pequenas intervenções.

O delegado titular comentou também sobre a denúncia do viúvo da vítima, Wagner Vinícius, que alegou falta de atendimento no momento em que a esposa estava passando mal. Segundo ele, o médico, os funcionários e alguns pacientes da clínica serão ouvidos nos próximos dias.
 
Daiana França (de branco) chegando com a mãe na 27ª DP (Vicente de Carvalho) pra prestar depoimento. Ela fez um procedimento estético com o médico colombiano, Brad Alberto - Cleber Mendes/ Agência O DIA
Daiana França (de branco) chegando com a mãe na 27ª DP (Vicente de Carvalho) pra prestar depoimento. Ela fez um procedimento estético com o médico colombiano, Brad AlbertoCleber Mendes/ Agência O DIA
"Ele tentou fugir sim, chamou um táxi para ir embora. Quando um policial que estava no estacionamento não deixou ele ir, ele falou que chamou (o táxi) para socorrer ela. Mas não foi isso, ele tentou fugir para sair do flagrante", contou o marido da vítima, que afirmou ainda que o médico se recusou a dizer o que havia acontecido.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que "abriu sindicância para apurar os fatos". Disse ainda que este procedimento é sigiloso, seguindo as normas do Código de Processo Ético-Profissional.
A filha da vítima, Brenda Rodrigues, de 21 anos, e o viúvo, também são aguardados na 27ª DP para prestarem depoimento.